domingo, 5 de outubro de 2008

NOSSA LOJA

NOSSA LOJA
Colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia.
Cometemos grandes erros, mas quem é tão perfeito que não falta com seu juramento em pequenas coisas? Eventualmente todos erram, mas não desistimos de continuar trabalhando. No decorrer dos tempos perdemos grandes amizades, mas aprendemos que aqueles que realmente são verdadeiros maçons nunca estarão perdidos.
O importante é que neste mesmo tempo se construiu a confiança, o respeito, a tolerância e o carinho. Continuamos plantando a semente da fraternidade.
Hoje nos sentimos fracos, mas amanhã recomeçaremos. Talvez não aprendemos todas as instruções necessárias, mas temos consciência que os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em nossas almas.
Talvez algum de nós esteja deprimido por olhar ao lado e não ver presente aquele Irmão; mas ficamos felizes com os outros que aqui estão. E alguns que se foram, desertaram e não nos procuram com assiduidade, basta-nos saber que eles existem, mas não podemos dizer-lhes a viva voz o quanto gostamos deles. Eles não iriam acreditar.
E às vezes, quando os procuramos, notamos que eles não têm noção de como eles são necessários, de como são indispensáveis ao equilíbrio da Loja, porque eles fazem parte desta Oficina que construímos e se tornaram seus alicerces. Por isso é que, sem que eles saibam, nós rezamos pela vida deles. Sentimos porque não estão compartilhando conosco do prazer da convivência. A gente não faz Irmãos, reconhece-os. Provavelmente foi por isso que o Mestre Maior ensinou: “Onde houver dois ou mais em meu nome, ai eu estarei”.
Talvez não tenhamos motivos para grandes comemorações. Mas não deixaremos de nos alegrar com as pequenas conquistas.
Talvez, às vezes, tivéssemos a vontade de abandonar tudo, mas, quando as feridas são curadas, ao invés de fugir, corremos atrás do que almejamos e qualquer realização passa a ser possível.
Talvez não sejamos quem gostaríamos de ser, mas, mesmo assim, nos admiramos do que somos. Porque no final sabemos que, mesmo com incontáveis dúvidas, somos capazes de construir um mundo melhor.
E se ainda há os que não se convenceram disso, é porque: “ainda não chegou o momento”. Porque se alguém não tem a certeza de que a fundação de nossa Loja valeu a pena é porque não tocamos seu coração, mas fizemos o melhor que pudemos.
É na Loja maçônica que se olvidam as preocupações, que se calam receios, se perdoam os agravos, se consolam os muitos sofrimentos e se avivam as esperanças. Ali se conciliam desencontradas idéias, interesses opostos, contrárias crenças, suavizando as asperezas da vida (desbastando a pedra bruta) com a temperança. Ali está a Oficina permanente do bem.
Na Loja maçônica se educa o modo de ser, o gênio, o humor, o caráter, se aviva a inteligência e se cultiva o espírito do indivíduo ou do grupo. É ela o refúgio aonde vamos à busca da paz, aonde o amor continuamente floresce e a bondade perdura. É o centro de solidariedade, onde todos sofrem as aflições e comemoram o justo regozijo.
Uma Loja feliz é o que mais importa já. É fisicamente pequenina, mas tem muito amor para dar. Fizemos tudo que esteve ao nosso alcance para criar um ambiente tranqüilo e de harmonia.
E mesmo quando a tristeza insiste nada pode ser triste quando se tem esperança...!
Tenhamos em mente que cada um dá o que tem e todos são importantes, desde que façam o seu trabalho com amor e seriedade.
Nestes trinta e quatro meses não conseguirmos nos fixar em um Templo adequado, não foi obstáculo para o nosso crescimento de espírito e de conhecimento. O inconformismo não invalida à busca da felicidade.
O trabalho maçônico deve ser de total união e fraternidade. Pouco importa o número de participantes. Aliás, os pequenos grupos costumam ser mais eficientes porque é mais fácil harmonizar sete do que setenta e sete pensamentos. Aí devemos olhar o céu e ver aquele mundão de estrelas, todas juntinhas sem competir, sem se esbarrar e sem nenhuma empanar o brilho da outra..Isto é milagre? ou exemplo do Criador do Universo?
Não é sequer a simultaneidade de palavras; o processamento dos trabalhos maçônicos nos diversos Ritos (Ritualística), da música conduzida pelo trabalho do mestre de harmonia ou de atos exteriores como o “bate papo” do “copo d água”, que constitui a Sessão maçônica, mas a base, a parte essencial, consiste na comunhão de nossos pensamentos.
Quando tivermos, o que é normal segundo a lei das afinidades, alguma rejeição, ojeriza ou antipatia de um obreiro, passamos a descobrir as qualidades que aquele Irmão fatalmente terá; mesmo porque, se não as tivesse, não teria sido iniciado. Somos um conjunto de qualidades e defeitos. Se em vez de criticarmos ou destilarmos veneno mental na direção de alguém, desculpássemos a sua ignorância e valorizássemos o seu esforço, veríamos que ninguém é tão mau como parece, nem tão irresponsável ou imbecil como muitas vezes o definimos. Afinal, a mente das pessoas é terra onde ninguém passeia. Desconhecemos o que há lá dentro, suas dores e traumas, e, portanto, não devemos ser juízes apressados e levianos. É possível que se estivéssemos na mesma situação da outra pessoa nós seriamos ainda mais ridículos!
Amar ao irmão que nos ama é fácil! Difícil é amar aquele que se declara inimigo. Mas este, observadas certas circunstâncias, é o melhor irmão, porque é franco e honesto em demonstrar isto. Muito difícil mesmo é aquele que elogia, bajula e usa a amizade para dar vazão a sua vaidade, tirar vantagens e colocar-se acima dos outros. É aquele que na hora de trabalhar está cheio de compromissos inadiáveis e urgentes, e na hora de colher o resultado do trabalho quer ser o primeiro para receber o aumento de salário. O irmão verdadeiro busca afinidades, faz despertar sentimentos que atraem espontaneamente para si, simpatia , união e amor fraterno.
Antes de estarmos em desarmonia na Sessão, pois isso prejudica todo o conjunto e os trabalhos não se realizam satisfatoriamente, procuremos colaborar ensinando com paciência, sem orgulho, aquele que vai aprendendo a se deixar orientar sem se sentir melindrado ou humilhado. E todo aquele que ensina também tem algo a aprender. Não há ninguém tão sábio e perfeito que não tenha algo mais a conhecer e a corrigir.
Caríssimo Irmão faça o que ama, pois quem faz o que ama, está caminhando para o sucesso que chegará quando for a hora, porque o que deve ser será, e chegará de forma natural.
Não devemos fazer nada por obrigação ou por compromisso; apenas por AMOR.
Louvada seja a Maçonaria que nos fez Irmãos. Bendita seja nossa Loja que o escolheu para ser seu Obreiro. Sinta orgulho de fazer parte dela. Seus Irmãos precisam de você!

Valdemar Sansão – M.’.M.’.
vsansao@uol.com.br

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