segunda-feira, 18 de agosto de 2008

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 6.2 - O EGITO - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

6.2
O EGITO
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS

A história do Egito pode ser dividida em três períodos: Antigo, Médio e Novo.
O Antigo em 5.000 A . C, esta época parece ter sido já muito superior a tudo o que se via no resto do mundo. O Império Antigo teve por centro, a cidade de Menfis.
O Médio Império ocupou principalmente da XIª a XXIª dinastia, 30 séculos A . C, é-nos mostrado como a idade de ouro pelos historiadores e os numerosos monumentos que nos restam. Foi destruído por uma invasão de nômades, que nos textos se chamam Pastores e que devastavam tudo, não deixando subsistir a civilização senão em Tebas e seus arredores, dos quais não puderam apoderar-se.
O Novo Império foi instaurado pela volta de uma dinastia Nacional que expulsou os Pastores, depois de uma guerra sangrenta.
Em seguida, Ramsés II, mais conhecido sob o nome de Sesotris, cobriu o país de monumentos maravilhosos. Depois começou a decadência: os reis assírios vencem, devastam, despovoam o Egito e é quase com reconhecimento que ele aceita o jugo de Alexandre, depois seu general Ptolomeu que criou a última dinastia, vencida pelo império romano na pessoa de Cleópatra.
Desde Ptolomeu, Alexandria foi a capital.
Para quem contempla os mais antigos monumentos egípcios, não é necessário afirmar que, desde a mais alta antiguidade, estes povos gozaram uma civilização avançada.
A grande pirâmide é uma construção que seria ainda dificilmente realizada em nossos dias.
O desenvolvimento da ciência e arte está na decoração interior das pirâmides, o seu modo de iluminação não foi ainda resolvido. A ausência de fumaça torna impossível a presença de tochas ou qualquer outra chama ou archote, não é possível conduzir a luz por um jogo de espelhos; conheceriam eles a luz elétrica?
Sob o ponto de vista psíquico, os egípcios não tinham grande coisa a nos invejar. Sabiam perfeitamente que o homem é um composto triplo, que seu corpo, eles embalsamavam, permanece na terra, porém que dele ainda resta uma personalidade psíquica, um “duplo”, dotado de força magnética. Consideravam o fator nervoso e psíquico como duas importantíssimas fontes de doenças.
Pitágoras, que nos deixou as recordações e as obras do mais maravilhoso iniciado e iniciador, considerava uma honra ser elevado à iniciação egípcia.
Como a maioria dos orientais, os egípcios personificavam todas as forças da Natureza, sendo assim, taxados de politeístas, o que não eram.
Entre as forças adoradas, a primeira era a força solar: Ra, o sol em si mesmo; Amon, o sol de cada dia; Aton, o disco solar, o círculo sem começo e sem fim; havia também Shou e Hor.
As divindades da terra, da noite e da água; Osíris subterrâneo ou Serapis; Isis e Nephetys, deusas da vida e da morte; Phtah e Sokhar e sobretudo Anúbis; as representações dos elementos: Seb, a terra; Nut, o céu; Nu, a água; Tifon, o mal.
O nome da divindade Amon-Ra, significa, ra, o sol; Amon, oculto; isto é, o esplendor que se dissimula aos nossos olhos.
Sabiam que o calor do sol faz nascer e morrer.
O ocultista Basc exprime assim:
“O Egito acreditava em um só Deus, envolvido, de propósito, talvez, em formas panteístas e politeístas; mas a religião egípcia é, no seu esoterismo, um monoteísmo puro, manifestando-se no seu esoterismo por um politeísmo simbólico”.
Sobre a evolução do espírito e o desenvolvimento da força psíquica, os padres e iniciados sabiam que existe no ser humano uma força que irradia de toda a pessoa, que pode exteriorizada e projetada para realizar ações úteis ou funestas.
O monumento literário mais considerável que possuímos sobre a religião egípcia e cujo valor não poderá ser contestado, é o Livro dos Mortos. É por ele que conhecemos as doutrinas deste grande povo, concernente à filosofia, à moral, às ciências psíquicas, à constituição do ser humano, à sua desintegração na morte e aos renascimentos que se seguem para ele, do julgamento que sofre.
Para os egípcios, os elementos constitutivos do ser humano são em número de quatro:
1º - O corpo; é a parte material que cai sob nossos sentidos; é o conjunto transitório dos ossos e dos músculos; é o conjunto dos nossos órgãos, sem outra utilidade real além de servir de sustentáculo às partes mais nobres e mais ativas de nossa verdadeira pessoa.
A ordem, o pensamento, a força vital são-lhe exteriores.
2º - Um duplo do corpo; o segundo elemento, muito importante sob o ponto de vista egípcio, que o denomina Kha. Ele é a representação inteiramente exata do corpo, porém composto de uma matéria mais sutil e não é submetida às mesmas leis. Os ocultistas chamam-no corpo astral e os espíritas periespírito.
3º - Uma alma (Ba); é a personalidade afetiva, que possui energias psíquicas, explicando assim os poderes enormes do amor e da imaginação sob o império do entusiasmo, que é uma exteriorização desta parte de nós mesmos.
4º - Uma Essência vital ou sopro vital (Khu); é uma emanação do espírito divino, é a parte pela qual o homem se comunica com a divindade. Para o egípcio é o sopro de Amon-Ra, o que não deve morrer nunca.
A morte é o início de uma nova vida.
O primeiro estágio da iniciação é a posse inteira, o domínio do duplo.
O duplo e o corpo são, conforme vimos, as duas partes inferiores da personalidade humana. Mas, passada a morte e as partes do túmulo fechadas, restam ainda dois elementos, ambos muito superiores aos precedentes.
A Essência vital é uma fagulha do fogo divino. Ela é para a alma, mais ou menos, o que o duplo é para o corpo, é o elemento superior e lhe confere, a sua verdadeira personalidade.
A alma era para esta centelha como uma habitação e que dele dispunha com riscos e perigos.
A Essência vital é o único elemento humano que, à morte, se separa completamente do que foi em sua vida; realiza o ciclo obrigatório de suas viagens da luz à sombra e da sombra à luz.
A volta para o sol, é o pleno meio-dia para a Essência vital liberta.
Quando as ladainhas dizem: “tu estás afirmado para a eternidade”, Gayet assinala que esta frase, à qual se atribui um sentido simbólico, é acompanhada dos braços duplos dirigidos ao céu. “este gesto, sempre depois das ladainhas, faz subir e descer a chama, isto é, eleva para o céu os átomos das existências dissolvidas e as reanima de uma força nova, a do ser de que estavam separados”. (Fantasmas de Antinoé, Sepulturas de Leukyoneu e Myrithis).
Entretanto, só a alma corre um risco trágico. Só ela vai ao seu julgamento que a conduz ao Amenti, ao lugar terrível onde se pesam as almas; onde toda a cena é dominada por dois filhos de cada uma da 21 divindades, em presença dos quais a alma deve fazer a sua confissão, na presença de Osíris, Thot, Anúbis, Horus e Maat.
O iniciado deve procurar resplandecer o verdadeiro sol, aquele que está oculto e, portanto não se deita nunca.
O iniciado deve procurar seguir os graus de evolução que a iniciação apressa e precisa; Conhecer-se, para combater os defeitos que se têm constatado, apressar a sua evolução, fazer o maior bem que se puder em torno para lutar contra as suas tendências egoísticas que são os principais obstáculos ao nosso adiantamento e, reconhecer em si a parte divina, esta centelha inteligente, que é o dom de Ra, e que deve voltar-se para ele, quando estiver purificado da matéria que o escraviza por nossa causa.
Aspirará à reintegração mais próxima, e é pela elevação que poderá torna-la fácil, pois sacrificará as coisas de pouco valor e que são transitórias, para ganhar o único bem que não morre.

Site maçônico: www.pedroneves.recantodasletras.com.br

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