MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
10.2
OS GNÓSTICOS
2ª PARTE
Através de toda a idade média e apesar das perseguições, o gnosticismo sobreviveu e todas as heresias albigenses foram inspiradas em sua doutrina, pois, caindo no meio onde o ódio e a ignorância deviam impor as suas deformações, a gnose achou-se misturada às piores formas de magia negra.
Atualmente, um grupo de intelectuais tomou a tarefa de fazer reviver este ensinamento desacreditado, mas, sempre tendo por causa a iluminação pessoal, e cedo apareceram tantas seitas quantas eram as pessoas. Entretanto, estes grupos múltiplos entenderam-se sobre as linhas gerais e é sobre esta doutrina que vamos tomar a devida base.
As idéias que são comuns a todos os grupos são de origem do homem, a necessidade de revelá-la aos que merecem ser instruídos e guiados para seu fim, que é Deus.
O aspirante deve mudar a sua personalidade completamente: deve despojar-se do antigo; depois, despido do que foi seu pecado, deve revestir-se do traje branco das núpcias, da vestimenta da luz dos eleitos.
Nos Ensinamentos Secretos da Gnose, Simão-Teófanes mostra-nos as fases desta educação pessoal. Primeiramente o ser está nas trevas; ele aspira à claridade.
Sob o ponto de vista cosmogônico, representa o caos informe, cujo símbolo é a pedra bruta antes de toda transformação.
Sob o ponto de vista metafísico, é a impotência de ação, seguida da ignorância em que se encontra o ser relativamente à atividade ou a Causa primária e seu símbolo iniciático é a cor negra.
Sob o ponto de vista da humanidade, é a própria inconsciência de agnosticismo e seu símbolo é um archote recurvo.
No que concerne ao indivíduo, é o estado em que se encontrou antes de seu primeiro desejo de pesquisar a luz e, no simbolismo místico, este estado de espírito do adepto antes de qualquer pensamento divino, corresponde à nudez.
A iniciação gnóstica tem, pois, por fim, pôr no caminho aquele que procura a luz, preparar a sua iniciação, a sua evolução, que é o fim de todas as iniciações.
Por isso, a pedra bruta deve vir a ser a pedra talhada, afim de que possa fazer parte da rítmica arquitetura daquele que criou os mundos. Para que a pedra bruta viesse a ser pedra talhada, precisaria empregar o martelo, que é a vontade, e a vontade que é o cinzel, que é o juízo.
O martelo representa a força inconsciente, a vontade brutal, maciça, que, como o martelo, deve ser mantida pelo espírito, único capaz de dirigir este poder quase animal.
O cinzel, ao contrário, é o juízo, a força criadora do espírito.
O espírito deve arrancar do desejo cego, tudo o que prejudique ao plano eternamente preconcebido, devido à matéria, e mesmo à sensibilidade, em sofrer.
É o discernimento do espírito que deve aplicar o cinzel sobre os pontos em que ele é necessário.
Como em todas as iniciações, vemos que as impulsividades humanas são submetidas à direção do espírito que as dirige e serve-se delas para o melhor interesse coletivo do bem comum.
Apesar de sua precisão perfeita, o cinzel não pode ferir senão sob o choque do martelo.
É um símbolo, aliás, muito belo, da impotência da ciência, sem um animismo bem dirigido que lhe dá seu impulso e sua força.
Vauvenargues, disse que os grandes pensamentos vêm do coração, mas as grandes ações também vêm. Aquele que dominasse completamente os seus sentimentos, de modo que, não experimentasse mais nenhum, poderia colecionar todos os dados científicos para seu prazer pessoa; se o desejo de se tornar útil não o impelisse a ser atirado à obra, não apareceria nada de útil à felicidade ou à evolução da humanidade.
Tornaremos a encontrar estes dois símbolos com a mesma interpretação na Franco-Maçonaria. O martelo e o cinzel são o emblema do primeiro grau da iniciação maçônica, o do aprendiz.
O ensinamento de Simão-Teófanes nos dão muitos detalhes sobre esta ação do martelo e do cinzel, mas, vimos apenas as informações gerais; o homem deve dominar as suas impulsividades e tornar-se firme e semelhante a um metal passado no cadinho, de tal maneira que as suas impulsividades, habilmente canalizadas, possam, em dado caso, soar com energia e justeza e realizar o ato desejado com toda força e precisão possíveis.
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domingo, 8 de novembro de 2009
domingo, 20 de setembro de 2009
MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 10.1 - OS GNÓSTICOS - 1ª PARTE
MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
10.1
OS GNÓSTICOS
1ª PARTE
A Gnose, cujo nome grego significa conhecimento, teve, desde as suas primeiras manifestações, a intenção de se apresentar em ciência de Deus, penetrando todos os Mistérios, para revelá-los a seus adeptos. Ela faz apelo às tradições mais antigas da humanidade, de que afirma ser o resumo. Dando créditos aos gnósticos, eles são os únicos herdeiros da ciência que é a base de todas as religiões.
Pode-se admitir esta idéia?
Pode-se supor que a Gnose foi, ao contrário, uma mistura, às vezes assaz confusa, de idéias e símbolos arrancados de todas as religiões, que vêm do Egito, assim como, da Caldéia, da Pérsia, da Índia, da Grécia, da Judéia, de Moisés e de Jesus?
Nada temos que elucidar sobre este ponto, porque não mudará a importância desta doutrina. É certo que na base de todas as religiões se acha um fundo comum de ensinamentos.
Segundo os gnósticos, a Gnose dá o segredo do universo, o segredo da Evolução, mas as teorias oficiais dos mestres foram freqüentemente modificadas, porque, ao lado do ensinamento oficial gnóstico, uma grande parte foi abandonada à iluminação pessoal que deve ser tomada em consideração.
Nestas condições, a unidade do dogma não resistiu à tradição, suposta imutável, mudada segundo as inspirações de cada um.
Entretanto, todos os gnósticos afirmam possuir o segredo das antigas tradições e o segredo de uma tradição invariável que lhe vêm em linha reta das palavras secretas que Jesus disse a seus apóstolos e a alguns raros discípulos, porém que não nos foi transmitido – e muito veladamente – senão pelo evangelho de João.
É tão difícil negar como afirmar a realidade desta pretensão, no decorrer dos primeiros séculos, o ensinamento cristão sobretudo oral; nada nos resta do ensinamento secreto.
Um dos padres da Igreja, São Basílio, diz:
“Recebemos os dogmas que nos foram transmitidos por escrito e aqueles que nos vieram dos apóstolos sob o véu e o mistério de uma tradição oral.
Desde o século I, os gnósticos pregam seu cristianismo à parte e, muitas vezes, em oposição à pregação dos apóstolos.
Simão, o mago, Menandro e Disitheo, são considerados como fundadores da doutrina. Ela é, ao mesmo tempo, uma mistura dos ensinamentos do Cristo e das sutilezas dos Judeus helenizados de Alexandria e apresenta um grande interesse documentário, como característica desta época atormentada pela necessidade de uma nova fé. Mas a doutrina gnóstica fazia parte muito importante da interpretação pessoal, para que todo inspirado um pouco eloqüente não viesse a ser o centro de um grupo dissidente.
As seitas gnósticas são inumeráveis.
Vemos no Egito, Basílio Valentim, depois Tacino, depois Bardesanes de Edessa apresentarem vistas pessoais; Bardesanes quer a partilha dos bens; os Aramitas afirmam que se o Verbo se fez carne, a carne vem a ser santa e ordenam a nudez.
Apesar de tantas vistas quiméricas, os gnósticos tinham, sobretudo, por fim, o aperfeiçoamento do ser e, nesta concepção, inspiram-se nos Mistérios egípcios e gregos.
Abertamente professam a teoria das reencarnações.
A seu ver, a alma destacada do Pleroma divino deve descer à matéria para voltar à fonte de onde proveio. Ela deve atravessar as sete esferas planetárias, pedindo passagem aos gênios, os eons deste planeta, que são considerados como seus guardiões.
Não é senão depois de ter vivido nestes mundos, de ter sofrido as experiências e purificações necessárias, que a alma adquire o direito de regressar ao Pleroma para se unir à Divindade.
O oculto gnóstico, na maioria das seitas, dividia seus fieis em três categorias, segundo as suas possibilidades respectivas:
1º - Os hílicos, ou materiais, que eram apenas capazes de tomar a letra da lei e o rito exterior do oculto.
2º - Os psíquicos, cuja sensibilidade era mais despertada; que eram capazes de efusão, mas incapazes da ciência. Eram iniciados em grau inferior.
3º - Os pneumáticos, que eram os únicos a terem direito à revelação, porque eles estavam em estado de sair da matéria e de se elevar no mundo do Espírito onde a revelação pessoal e a iluminação completavam a obra do iniciador. Só os pneumáticos podiam esperar o termo de sua evolução.
Amelineau, que estudou profundamente esta época curiosa, observa estes ensinamentos:
“Segundo os Extratos de Teódoto, que reproduzem a tradição valentiniana do Oriente, os pneumáticos irão ao grupo de oito pessoas a tomar parte no banquete eterno, que observa o Banquete de Platão. Ainda mais, os pneumáticos, tendo despojado a alma psíquica, receberão os Anjos por esposos... Entrarão na câmara nupcial do grupo de oito em presença do espírito; virão a ser os íons inteligentes; participarão das núpcias espirituais e eternas”. (Gnosticismo Egípcio).
Vê-se que foi materializado levemente para compreensão de todos os pontos da união em Deus, fazendo parte de todos os esoterismos.
O perigo do gnosticismo em certas almas exaltadas – que são, sobretudo, estes espíritos que operam com força sobre o vulgo – é que, para aqueles que recebem a iluminação divina, as leis humanas e mesmo as fórmulas religiosas não têm a menor importância. Todos os códigos e Bíblias não representam grande coisa àquele que se entretém diretamente com a Divindade ou que tem relação com os Anjos que se tornaram seus instrutores.
A gnose, seja ensinada por um mestre, seja inspirada diretamente, basta para assegurar a salvação; ela desliga de todo outro ensinamento, de toda lei religiosa ou moral.
Outras seitas eram mais formalistas e consideravam certos sacramentos como necessários à evolução da alma.
A maioria dos sacramentos era a renovação dos Mistérios egípcios ou gregos, e mesmo aqueles que eram de origem cristã, eram muito modificados tanto na forma como na interpretação pelos instrutores gnósticos.
O batismo, antiga experiência da água precedente à iniciação aos Mistérios de Isis, foi ora praticado por imersão total do corpo, ora por simples efusão sobre a fronte.
A Ceia foi ao mesmo tempo a lembrança perpetuada do último repasto de Jesus com seus apóstolos e a união em Deus do Iniciado com um poder superior; sua forma varia freqüentemente nestas igrejas.
Antes de receber o batismo, o neófito tomava o compromisso de não fazer conhecer os Mistérios que lhe seriam revelados após a sua iniciação.
Segundo as seitas, além do batismo e da Ceia, havia a imposição das mãos, renovada da transmissão dos poderes iniciáticos, a senha por meio do selo, a unção, a recitação de fórmulas místicas em diversos sentidos como a maioria das fórmulas iniciáticas, a comunicação dos objetos sagrados e a interpretação de seu simbolismo, muitas vezes obscuro e livre dos acasos da inspiração de cada um.
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ORIGENS INICIÁTICAS
10.1
OS GNÓSTICOS
1ª PARTE
A Gnose, cujo nome grego significa conhecimento, teve, desde as suas primeiras manifestações, a intenção de se apresentar em ciência de Deus, penetrando todos os Mistérios, para revelá-los a seus adeptos. Ela faz apelo às tradições mais antigas da humanidade, de que afirma ser o resumo. Dando créditos aos gnósticos, eles são os únicos herdeiros da ciência que é a base de todas as religiões.
Pode-se admitir esta idéia?
Pode-se supor que a Gnose foi, ao contrário, uma mistura, às vezes assaz confusa, de idéias e símbolos arrancados de todas as religiões, que vêm do Egito, assim como, da Caldéia, da Pérsia, da Índia, da Grécia, da Judéia, de Moisés e de Jesus?
Nada temos que elucidar sobre este ponto, porque não mudará a importância desta doutrina. É certo que na base de todas as religiões se acha um fundo comum de ensinamentos.
Segundo os gnósticos, a Gnose dá o segredo do universo, o segredo da Evolução, mas as teorias oficiais dos mestres foram freqüentemente modificadas, porque, ao lado do ensinamento oficial gnóstico, uma grande parte foi abandonada à iluminação pessoal que deve ser tomada em consideração.
Nestas condições, a unidade do dogma não resistiu à tradição, suposta imutável, mudada segundo as inspirações de cada um.
Entretanto, todos os gnósticos afirmam possuir o segredo das antigas tradições e o segredo de uma tradição invariável que lhe vêm em linha reta das palavras secretas que Jesus disse a seus apóstolos e a alguns raros discípulos, porém que não nos foi transmitido – e muito veladamente – senão pelo evangelho de João.
É tão difícil negar como afirmar a realidade desta pretensão, no decorrer dos primeiros séculos, o ensinamento cristão sobretudo oral; nada nos resta do ensinamento secreto.
Um dos padres da Igreja, São Basílio, diz:
“Recebemos os dogmas que nos foram transmitidos por escrito e aqueles que nos vieram dos apóstolos sob o véu e o mistério de uma tradição oral.
Desde o século I, os gnósticos pregam seu cristianismo à parte e, muitas vezes, em oposição à pregação dos apóstolos.
Simão, o mago, Menandro e Disitheo, são considerados como fundadores da doutrina. Ela é, ao mesmo tempo, uma mistura dos ensinamentos do Cristo e das sutilezas dos Judeus helenizados de Alexandria e apresenta um grande interesse documentário, como característica desta época atormentada pela necessidade de uma nova fé. Mas a doutrina gnóstica fazia parte muito importante da interpretação pessoal, para que todo inspirado um pouco eloqüente não viesse a ser o centro de um grupo dissidente.
As seitas gnósticas são inumeráveis.
Vemos no Egito, Basílio Valentim, depois Tacino, depois Bardesanes de Edessa apresentarem vistas pessoais; Bardesanes quer a partilha dos bens; os Aramitas afirmam que se o Verbo se fez carne, a carne vem a ser santa e ordenam a nudez.
Apesar de tantas vistas quiméricas, os gnósticos tinham, sobretudo, por fim, o aperfeiçoamento do ser e, nesta concepção, inspiram-se nos Mistérios egípcios e gregos.
Abertamente professam a teoria das reencarnações.
A seu ver, a alma destacada do Pleroma divino deve descer à matéria para voltar à fonte de onde proveio. Ela deve atravessar as sete esferas planetárias, pedindo passagem aos gênios, os eons deste planeta, que são considerados como seus guardiões.
Não é senão depois de ter vivido nestes mundos, de ter sofrido as experiências e purificações necessárias, que a alma adquire o direito de regressar ao Pleroma para se unir à Divindade.
O oculto gnóstico, na maioria das seitas, dividia seus fieis em três categorias, segundo as suas possibilidades respectivas:
1º - Os hílicos, ou materiais, que eram apenas capazes de tomar a letra da lei e o rito exterior do oculto.
2º - Os psíquicos, cuja sensibilidade era mais despertada; que eram capazes de efusão, mas incapazes da ciência. Eram iniciados em grau inferior.
3º - Os pneumáticos, que eram os únicos a terem direito à revelação, porque eles estavam em estado de sair da matéria e de se elevar no mundo do Espírito onde a revelação pessoal e a iluminação completavam a obra do iniciador. Só os pneumáticos podiam esperar o termo de sua evolução.
Amelineau, que estudou profundamente esta época curiosa, observa estes ensinamentos:
“Segundo os Extratos de Teódoto, que reproduzem a tradição valentiniana do Oriente, os pneumáticos irão ao grupo de oito pessoas a tomar parte no banquete eterno, que observa o Banquete de Platão. Ainda mais, os pneumáticos, tendo despojado a alma psíquica, receberão os Anjos por esposos... Entrarão na câmara nupcial do grupo de oito em presença do espírito; virão a ser os íons inteligentes; participarão das núpcias espirituais e eternas”. (Gnosticismo Egípcio).
Vê-se que foi materializado levemente para compreensão de todos os pontos da união em Deus, fazendo parte de todos os esoterismos.
O perigo do gnosticismo em certas almas exaltadas – que são, sobretudo, estes espíritos que operam com força sobre o vulgo – é que, para aqueles que recebem a iluminação divina, as leis humanas e mesmo as fórmulas religiosas não têm a menor importância. Todos os códigos e Bíblias não representam grande coisa àquele que se entretém diretamente com a Divindade ou que tem relação com os Anjos que se tornaram seus instrutores.
A gnose, seja ensinada por um mestre, seja inspirada diretamente, basta para assegurar a salvação; ela desliga de todo outro ensinamento, de toda lei religiosa ou moral.
Outras seitas eram mais formalistas e consideravam certos sacramentos como necessários à evolução da alma.
A maioria dos sacramentos era a renovação dos Mistérios egípcios ou gregos, e mesmo aqueles que eram de origem cristã, eram muito modificados tanto na forma como na interpretação pelos instrutores gnósticos.
O batismo, antiga experiência da água precedente à iniciação aos Mistérios de Isis, foi ora praticado por imersão total do corpo, ora por simples efusão sobre a fronte.
A Ceia foi ao mesmo tempo a lembrança perpetuada do último repasto de Jesus com seus apóstolos e a união em Deus do Iniciado com um poder superior; sua forma varia freqüentemente nestas igrejas.
Antes de receber o batismo, o neófito tomava o compromisso de não fazer conhecer os Mistérios que lhe seriam revelados após a sua iniciação.
Segundo as seitas, além do batismo e da Ceia, havia a imposição das mãos, renovada da transmissão dos poderes iniciáticos, a senha por meio do selo, a unção, a recitação de fórmulas místicas em diversos sentidos como a maioria das fórmulas iniciáticas, a comunicação dos objetos sagrados e a interpretação de seu simbolismo, muitas vezes obscuro e livre dos acasos da inspiração de cada um.
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MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.9 - JESUS - ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS - 3ª PARTE-
MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
9.9
JESUS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
3ª PARTE
A nova religião se desenvolve rapidamente, mas os próprios bispos não se enganam sobre a semelhança de seu ensinamento com o das iniciações antigas. Clemente de Alexandria exclama: “Ó mistérios eternamente sagrados!... Torno-me santo pela iniciação. O senhor é o hierofante; notou o misto de seu selo iluminado; põe nas mãos do Pai aquele teve fé e que está eternamente sob a sua guarda. Eis aí os transportes de nossos mistérios, se o querem. Faze-te iniciar, e dançarás no coro dos Anjos, em torno do Deus incriado, imperecível, único verdadeiramente existente; e o Logos divino cantará conosco os santos hinos.”
É a linguagem própria do iniciado de Eleusis, transportado na religião que conquistava a terra. Encontramos também na obra de Goblet d’Alviella, que tão judiciosamente estudou os mistérios antigos, esta apreciação sobre a Igreja primitiva:
“O bispo que dirige a cerimônia assume o nome de mistágogo e o neófito, uma vez batizado, o de iniciado, eleito, misto ou ainda iluminado ou selado”.
“Os profanos, não-batizados, são designados pelo mesmo termo que no tempo em que se redigia o hino a Demeter. O sacerdote é um iluminador. A Ceia vem a ser o sacrifício; é dada por Mistério por excelência. A Missa é uma mistagogia; esta expressão é mesmo perpetuada na Igreja grega para designar a parte da cerimônia em que está figurada a paixão do Cristo. É bem a linguagem dos Mistérios, mais ainda do que a dos Evangelhos.” (Eleusina).
Conclui-se que toda esta cerimônia não é uma confusão de gestos sem significação e que um simbolismo religioso se prende a cada parte do ritual.
“O corpo é banhado para que a alma seja lavada de suas manchas; o corpo é ungido para que a alma seja consagrada; o copo é munido do sinal, para que a alma seja fortificada; o corpo torna-se sombrio sob a imposição das mãos, para que a alma seja iluminada pelo Espírito; o corpo é nutrido da carne e do sangue de Cristo, para que a alma repouse em Deus”.
Estas cerimônias cujo simbolismo e poder nos são tão sombriamente indicadas são nos reconhecíveis.
É o batismo que purifica o neófito e o torna digno de se misturar à família cristã; a unção seja a da confirmação que reconforta a fé, ou a derradeira unção que prepara o doente para vencer a derradeira etapa de sua viagem terrestre; o sinal da cruz, que é ao mesmo tempo, para o cristão desta época, um sinal de reunião com seus irmãos, é uma rápida prece; a imposição das mãos – comum ao Cristianismo e a todas as iniciações – e a comunhão, lembrança viva do Cristo que uniu o cristão a seu Deus.
A hierarquia dos sacramentos não foi sempre aos olhos dos apóstolos. Ao começo, certos sacramentos, o batismo, sobretudo, tinham antes um valor simbólico. Foi lentamente, sob a influência judeu-grega e a Gnose da Escola de Alexandria, que os sacramentos tomaram a sua importância em qualquer sorte mágica e levaram uma modificação profunda no espírito e no coração dos fieis que os receberam.
Desde os primeiros ensinamentos do gnosticismo, Simão o mago, rival do apóstolo Pedro, instituiu este cristianismo heterodoxo que devia vir a ser o cristianismo esotérico antes de se mergulhar na heresia
Sustentou então esta tese e seu sucessor Menandro afirmou a seus discípulos que o batismo assegurava a imortalidade.
Para outros, o batismo, assim como ainda o é na Igreja, não tem outro efeito senão assinalar o cristão como cristão e isentá-lo de todo o pecado que antes cometeu.
Para a maioria é antes a eucaristia que, em virtude da profunda união do ser com Jesus, dá a vida eterna.
Para os verdadeiros esclarecidos da Igreja nascente, a doutrina de Jesus foi uma ordem, tendo por fim aumentar a nossa perfeição e assegurar a nossa evolução cada vez mais.
O Evangelho de João, que é certamente aquele que foi escrito pelos iniciados, não oculta esta objurgação, apoiando-se inteiramente sobre motivos místicos.
João, que se dirigia aos gregos das Igrejas de Éfeso e de toda a Ásia Menor, prega um platonismo cristão muito próximo daquele que a Gnose desenvolverá quando vier a ser verdadeiramente cristã.
Desde a primeira palavra, coloca seu princípio da encarnação de um princípio divino, da Palavra e da sabedoria na pessoa de Jesus: “No começo era o Verbo, e o Verbo era Deus, e o Verbo está com Deus... Nele estava a vida e a vida é a luz dos homens, e a luz brilhou nas trevas, e as trevas não o compreenderam... E o Verbo se fez carne e habitou entre os homens”.
Não nos abalançamos a entrar no estudo místico da Divindade de Jesus para não perturbar nenhum sentimento, como não perguntaríamos o sentido em que o Evangelista inspirado entendeu suas palavras.
Veremos por ele, auxiliados pelo profundo comentário, do Abade Alta, qual foi, para a parte seleta dos pensadores, o ensinamento do Mestre e veremos que os ritos foram reunidos logo depois, porque a sua palavra não ordena ninguém:
“Disse-vos certas coisas enquanto estava entre vós. Além disso, o Espírito de meu Pai vos ensinará todas as coisas... Falei-vos assim desde o começo, porque eu estava convosco. Agora, volto para Aquele que me enviou... e é bom que eu vá; porque se eu não fosse, o Paráclito não viria para vós... Teria ainda muita coisa para vos dizer; mas quando Ele vier, Ele o Espírito de Verdade, dirigir-vos-á para a Verdade santa”.
É o eterno ponto das iniciações, mas aqui, João, segundo a palavra de Jesus, deixa um vasto campo à intuição, à inspiração divina. Nada que é absoluto pode ser ensinado pelos homens; mas, para um homem de evolução superior como Jesus, é preciso que toda a materialidade desapareça, mesmo a materialidade tão profundamente espiritual de Jesus; toda autoridade cessa, fora a de Deus, cujo Espírito sopra onde quer.
Aí não havia coisas a dizer para os espíritos materiais; não teriam percebido o fim de tudo, ao passo que os primeiros cristãos, indiferentes às coisas do mundo e cedendo de boa vontade o tributo de César e as obediências aos seus magistrados lembravam-se que, segundo a palavra do Mestre, “seu reino não é deste mundo”.
Uma completa liberdade era permitida a todo adepto suficientemente elevado e iniciado; é o que Paulo compreende também, quando ordena a seus fieis tudo experimentar antes de escolher.
Este desenvolvimento indefinível da Ciência religiosa sob a ação indefinida do Espírito de Deus é o ensinamento que João tira das últimas palavras de Jesus, depois da Ceia, no momento de tudo deixar para o derradeiro e sangrento sacrifício.
Para ele toda a perfeição evoluciona para a perfeição maior na santa liberdade dos filhos de Deus.
Paulo, por sua vez, compreende o Evangelho da mesma forma, e a vida atual parece-lhe como a todos nós, uma preparação para um futuro superior.
“Não vemos aqui, no nosso plano, senão um espelho e um enigma; é em uma outra vida somente que nos veremos face a face; nosso conhecimento atual é parcial; é no alto que nos conheceremos como Deus nos conhece”.
Porque esta vida não é seu fim por si mesmo; é na evolução que ela se precisa e Paulo não deixa de saber disso.
Ele mesmo diz com precisão, na sua Segunda Epístola aos Corintos:
“E o homem interior, o espírito se renova, e nos transformamos de claridade em claridade, subindo sempre para a iluminação transcendente que é a ciência de Deus”.
Compreendida assim, na liberdade de seu desenvolvimento, a obra de Jesus ultrapassa em beleza toda obra conhecida. De tal modo modificou o pensamento humano que o simbolismo reunido pelo ritual religioso não pôde destruir a suave e profunda harmonia, e que, apesar de todas as incompreensões, permanece uma das mais vastas realizações existentes para um espírito capaz de compreender.
Todos nos que viveram na Europa, feita por séculos de cristianismo, não podem esquecer Jesus. Em toda a sua sensibilidade, encontram o seu ensinamento.
O amor à Natureza transpira ainda de suas parábolas. É na sua compreensão que chegamos a comungar com o Universo. O amor de tudo o que vive, que é chamado para uma vida melhor, é nos ensinado por aquele que nos anunciou que toda carne verá a salvação de Deus.
A Natureza é um templo e um asilo e, nos momentos de perturbação, quando não podemos gozar a doçura entre nossos irmãos, é ainda na Natureza que encontramos o mais seguro refúgio.
“O reino do Cristo está entre nós”; está em nós saber encontrá-lo e ele não se oculta; encerra-se em todas as partes”.
Tanto na angústia como na alegria, está em nós elevarmos o nosso pensamento para as altas esferas que nos foram reveladas.
O coração abre-se a esta música que desce das folhagens e sobe dos regatos.
Certamente, o reino de Deus está entre nós, porém, será mais perceptível quando os nossos sentidos, desprendidos deste mundo, forem mais perfeitos.
É no domínio dos altos pensamentos e das visões puras que gozaremos todas as suavidades da alegria.
Nos vossos momentos de solidão e meditação, olhai o céu que estende o seu véu para nos fazer esperar a felicidade de verdadeira pátria, aquela onde não há ricos nem pobres, onde todas as razões de ódio se desvanecem no amor.
Quando tiverdes atingido esta alegria e a força que dela emana, por um gesto natural, elevareis as vossas mãos para este esplendor.
Vosso surto se estenderá para estas forças. Sentireis que elas afluem para vós. Elas vos conduzirão à calma, à saúde, à serenidade.
Ficareis acumulados de alegria, mas neste momento, não esquecereis aqueles que são vossos irmãos que sofrem de toda maneira, esperando a hora da liberdade.
Elevastes as mãos para o céu a fim de adquirir as forças benéficas que harmonizam os fluidos e redobram a saúde; abaixai as vossas mãos para aqueles que sofrem, imponde as vossas mãos ricas do que adquiristes; fazei o gesto da benção e as forças correrão para vós; espalhando-se em torno, descerão como um doce orvalho sobre aqueles que enlanguescem e choram nos tormentos e nas angústias.
Se fizerdes tudo isso com fé perfeita e forte, se fizerdes este gesto de apelo de dádiva, curareis o doente, reconfortareis o fraco, apaziguareis aquele que duvida e se debate nas sombras desta vida.
Operai e, segundo os ensinamentos de Jesus, atingireis à perfeição que é o caráter do Pai celestial.
Este é o ensinamento supremo que nos deu o último iniciador: - Amai e o resto vos será dado por acréscimo.
Amai-vos uns aos outros, é o mandamento supremo. Pedi a Deus, não por vós, mas para outrem e o bem que fizestes vos será dado por cêntuplo, não materialmente como o pensam os espíritos grosseiros, mas em efusão de alegria, em legítimas esperanças, tal como as pode sentir, o iniciado cuja evolução se completa em uma ascensão constante para os cumes iluminados.
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ORIGENS INICIÁTICAS
9.9
JESUS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
3ª PARTE
A nova religião se desenvolve rapidamente, mas os próprios bispos não se enganam sobre a semelhança de seu ensinamento com o das iniciações antigas. Clemente de Alexandria exclama: “Ó mistérios eternamente sagrados!... Torno-me santo pela iniciação. O senhor é o hierofante; notou o misto de seu selo iluminado; põe nas mãos do Pai aquele teve fé e que está eternamente sob a sua guarda. Eis aí os transportes de nossos mistérios, se o querem. Faze-te iniciar, e dançarás no coro dos Anjos, em torno do Deus incriado, imperecível, único verdadeiramente existente; e o Logos divino cantará conosco os santos hinos.”
É a linguagem própria do iniciado de Eleusis, transportado na religião que conquistava a terra. Encontramos também na obra de Goblet d’Alviella, que tão judiciosamente estudou os mistérios antigos, esta apreciação sobre a Igreja primitiva:
“O bispo que dirige a cerimônia assume o nome de mistágogo e o neófito, uma vez batizado, o de iniciado, eleito, misto ou ainda iluminado ou selado”.
“Os profanos, não-batizados, são designados pelo mesmo termo que no tempo em que se redigia o hino a Demeter. O sacerdote é um iluminador. A Ceia vem a ser o sacrifício; é dada por Mistério por excelência. A Missa é uma mistagogia; esta expressão é mesmo perpetuada na Igreja grega para designar a parte da cerimônia em que está figurada a paixão do Cristo. É bem a linguagem dos Mistérios, mais ainda do que a dos Evangelhos.” (Eleusina).
Conclui-se que toda esta cerimônia não é uma confusão de gestos sem significação e que um simbolismo religioso se prende a cada parte do ritual.
“O corpo é banhado para que a alma seja lavada de suas manchas; o corpo é ungido para que a alma seja consagrada; o copo é munido do sinal, para que a alma seja fortificada; o corpo torna-se sombrio sob a imposição das mãos, para que a alma seja iluminada pelo Espírito; o corpo é nutrido da carne e do sangue de Cristo, para que a alma repouse em Deus”.
Estas cerimônias cujo simbolismo e poder nos são tão sombriamente indicadas são nos reconhecíveis.
É o batismo que purifica o neófito e o torna digno de se misturar à família cristã; a unção seja a da confirmação que reconforta a fé, ou a derradeira unção que prepara o doente para vencer a derradeira etapa de sua viagem terrestre; o sinal da cruz, que é ao mesmo tempo, para o cristão desta época, um sinal de reunião com seus irmãos, é uma rápida prece; a imposição das mãos – comum ao Cristianismo e a todas as iniciações – e a comunhão, lembrança viva do Cristo que uniu o cristão a seu Deus.
A hierarquia dos sacramentos não foi sempre aos olhos dos apóstolos. Ao começo, certos sacramentos, o batismo, sobretudo, tinham antes um valor simbólico. Foi lentamente, sob a influência judeu-grega e a Gnose da Escola de Alexandria, que os sacramentos tomaram a sua importância em qualquer sorte mágica e levaram uma modificação profunda no espírito e no coração dos fieis que os receberam.
Desde os primeiros ensinamentos do gnosticismo, Simão o mago, rival do apóstolo Pedro, instituiu este cristianismo heterodoxo que devia vir a ser o cristianismo esotérico antes de se mergulhar na heresia
Sustentou então esta tese e seu sucessor Menandro afirmou a seus discípulos que o batismo assegurava a imortalidade.
Para outros, o batismo, assim como ainda o é na Igreja, não tem outro efeito senão assinalar o cristão como cristão e isentá-lo de todo o pecado que antes cometeu.
Para a maioria é antes a eucaristia que, em virtude da profunda união do ser com Jesus, dá a vida eterna.
Para os verdadeiros esclarecidos da Igreja nascente, a doutrina de Jesus foi uma ordem, tendo por fim aumentar a nossa perfeição e assegurar a nossa evolução cada vez mais.
O Evangelho de João, que é certamente aquele que foi escrito pelos iniciados, não oculta esta objurgação, apoiando-se inteiramente sobre motivos místicos.
João, que se dirigia aos gregos das Igrejas de Éfeso e de toda a Ásia Menor, prega um platonismo cristão muito próximo daquele que a Gnose desenvolverá quando vier a ser verdadeiramente cristã.
Desde a primeira palavra, coloca seu princípio da encarnação de um princípio divino, da Palavra e da sabedoria na pessoa de Jesus: “No começo era o Verbo, e o Verbo era Deus, e o Verbo está com Deus... Nele estava a vida e a vida é a luz dos homens, e a luz brilhou nas trevas, e as trevas não o compreenderam... E o Verbo se fez carne e habitou entre os homens”.
Não nos abalançamos a entrar no estudo místico da Divindade de Jesus para não perturbar nenhum sentimento, como não perguntaríamos o sentido em que o Evangelista inspirado entendeu suas palavras.
Veremos por ele, auxiliados pelo profundo comentário, do Abade Alta, qual foi, para a parte seleta dos pensadores, o ensinamento do Mestre e veremos que os ritos foram reunidos logo depois, porque a sua palavra não ordena ninguém:
“Disse-vos certas coisas enquanto estava entre vós. Além disso, o Espírito de meu Pai vos ensinará todas as coisas... Falei-vos assim desde o começo, porque eu estava convosco. Agora, volto para Aquele que me enviou... e é bom que eu vá; porque se eu não fosse, o Paráclito não viria para vós... Teria ainda muita coisa para vos dizer; mas quando Ele vier, Ele o Espírito de Verdade, dirigir-vos-á para a Verdade santa”.
É o eterno ponto das iniciações, mas aqui, João, segundo a palavra de Jesus, deixa um vasto campo à intuição, à inspiração divina. Nada que é absoluto pode ser ensinado pelos homens; mas, para um homem de evolução superior como Jesus, é preciso que toda a materialidade desapareça, mesmo a materialidade tão profundamente espiritual de Jesus; toda autoridade cessa, fora a de Deus, cujo Espírito sopra onde quer.
Aí não havia coisas a dizer para os espíritos materiais; não teriam percebido o fim de tudo, ao passo que os primeiros cristãos, indiferentes às coisas do mundo e cedendo de boa vontade o tributo de César e as obediências aos seus magistrados lembravam-se que, segundo a palavra do Mestre, “seu reino não é deste mundo”.
Uma completa liberdade era permitida a todo adepto suficientemente elevado e iniciado; é o que Paulo compreende também, quando ordena a seus fieis tudo experimentar antes de escolher.
Este desenvolvimento indefinível da Ciência religiosa sob a ação indefinida do Espírito de Deus é o ensinamento que João tira das últimas palavras de Jesus, depois da Ceia, no momento de tudo deixar para o derradeiro e sangrento sacrifício.
Para ele toda a perfeição evoluciona para a perfeição maior na santa liberdade dos filhos de Deus.
Paulo, por sua vez, compreende o Evangelho da mesma forma, e a vida atual parece-lhe como a todos nós, uma preparação para um futuro superior.
“Não vemos aqui, no nosso plano, senão um espelho e um enigma; é em uma outra vida somente que nos veremos face a face; nosso conhecimento atual é parcial; é no alto que nos conheceremos como Deus nos conhece”.
Porque esta vida não é seu fim por si mesmo; é na evolução que ela se precisa e Paulo não deixa de saber disso.
Ele mesmo diz com precisão, na sua Segunda Epístola aos Corintos:
“E o homem interior, o espírito se renova, e nos transformamos de claridade em claridade, subindo sempre para a iluminação transcendente que é a ciência de Deus”.
Compreendida assim, na liberdade de seu desenvolvimento, a obra de Jesus ultrapassa em beleza toda obra conhecida. De tal modo modificou o pensamento humano que o simbolismo reunido pelo ritual religioso não pôde destruir a suave e profunda harmonia, e que, apesar de todas as incompreensões, permanece uma das mais vastas realizações existentes para um espírito capaz de compreender.
Todos nos que viveram na Europa, feita por séculos de cristianismo, não podem esquecer Jesus. Em toda a sua sensibilidade, encontram o seu ensinamento.
O amor à Natureza transpira ainda de suas parábolas. É na sua compreensão que chegamos a comungar com o Universo. O amor de tudo o que vive, que é chamado para uma vida melhor, é nos ensinado por aquele que nos anunciou que toda carne verá a salvação de Deus.
A Natureza é um templo e um asilo e, nos momentos de perturbação, quando não podemos gozar a doçura entre nossos irmãos, é ainda na Natureza que encontramos o mais seguro refúgio.
“O reino do Cristo está entre nós”; está em nós saber encontrá-lo e ele não se oculta; encerra-se em todas as partes”.
Tanto na angústia como na alegria, está em nós elevarmos o nosso pensamento para as altas esferas que nos foram reveladas.
O coração abre-se a esta música que desce das folhagens e sobe dos regatos.
Certamente, o reino de Deus está entre nós, porém, será mais perceptível quando os nossos sentidos, desprendidos deste mundo, forem mais perfeitos.
É no domínio dos altos pensamentos e das visões puras que gozaremos todas as suavidades da alegria.
Nos vossos momentos de solidão e meditação, olhai o céu que estende o seu véu para nos fazer esperar a felicidade de verdadeira pátria, aquela onde não há ricos nem pobres, onde todas as razões de ódio se desvanecem no amor.
Quando tiverdes atingido esta alegria e a força que dela emana, por um gesto natural, elevareis as vossas mãos para este esplendor.
Vosso surto se estenderá para estas forças. Sentireis que elas afluem para vós. Elas vos conduzirão à calma, à saúde, à serenidade.
Ficareis acumulados de alegria, mas neste momento, não esquecereis aqueles que são vossos irmãos que sofrem de toda maneira, esperando a hora da liberdade.
Elevastes as mãos para o céu a fim de adquirir as forças benéficas que harmonizam os fluidos e redobram a saúde; abaixai as vossas mãos para aqueles que sofrem, imponde as vossas mãos ricas do que adquiristes; fazei o gesto da benção e as forças correrão para vós; espalhando-se em torno, descerão como um doce orvalho sobre aqueles que enlanguescem e choram nos tormentos e nas angústias.
Se fizerdes tudo isso com fé perfeita e forte, se fizerdes este gesto de apelo de dádiva, curareis o doente, reconfortareis o fraco, apaziguareis aquele que duvida e se debate nas sombras desta vida.
Operai e, segundo os ensinamentos de Jesus, atingireis à perfeição que é o caráter do Pai celestial.
Este é o ensinamento supremo que nos deu o último iniciador: - Amai e o resto vos será dado por acréscimo.
Amai-vos uns aos outros, é o mandamento supremo. Pedi a Deus, não por vós, mas para outrem e o bem que fizestes vos será dado por cêntuplo, não materialmente como o pensam os espíritos grosseiros, mas em efusão de alegria, em legítimas esperanças, tal como as pode sentir, o iniciado cuja evolução se completa em uma ascensão constante para os cumes iluminados.
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domingo, 2 de agosto de 2009
MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.8 - JESUS - ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS - 2ª PARTE
MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
9.8
JESUS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
2ª PARTE
Paulo espírito intransigente, versado por sua primeira educação na interpretação mística das Escrituras, não guarda para ele o que muitos outros conservam secreto.
Nas duas epístolas, achamos a disposição da tríplice personalidade do homem e o distingue muito claramente da alma afetiva do espírito, parte puramente intelectual do ser humano. Por outro lado, sabe que o corpo tem uma lei e que a concupiscência é a causa do pecado. Diria de boa vontade, antes de Pascal: “O coração tem as suas razões que a razão não compreende”; porém, mais místico, exclamou no transporte de sua alma: “Quem me livrará este corpo da morte!”
Vai mais longe e deixa, em muitas ocasiões, passar a teoria da evolução de todos os seres para a perfeição infinita.
Não se contenta em dizer que todos os homens aspiram à sua salvação pela difusão da religião de Cristo. Diz ele: “Todas as criaturas esperam com um ardente desejo que os filhos de Deus sejam manifestados”. Ele não se contenta, como Lucas, em dizer, uma só vez: “Toda carne terá a salvação de Deus”, mas insiste sobre este assunto e uma grande parte da Epístola aos Romanos lhe é consagrada.
Altamente, afasta o espírito ritualista de sua raça e não vê nenhuma utilidade em certas abstinências.
“Um crê que pode comer tudo e aquele que é fraco na fé não come senão ervas. Que aquele que come de tudo, não despreze aquele que somente come ervas; e que aquele que não come senão ervas não condene aquele que come de tudo; porque Deus o tomou para si”.
“Quem és tu, que condenas o servidor de outrem? Se está firme ou se cai, é o seu senhor que deve julgar; mas será firme, porque Deus é bastante poderoso para firmar”.
E, mais longe: “nenhum de nós vive por si mesmo e nenhum de nós morre por si mesmo. Porque, se vivemos é para o Senhor; se morremos, morremos para o Senhor; se vivemos e morremos, pertencemos ao Senhor. É por isso que Cristo morreu...”.
Aos Coríntios, fala em uma linguagem que mais se aproxima das idéias filosóficas da Grécia: “O homem animal não conheceu coisas que são do Espírito de Deus; porque elas lhe pareciam uma loucura e não os pode entender, porque é espiritualmente o que se julga. Mas, o homem espiritual julga as coisas e ninguém pode julgar por ele”. Chama-se a si mesmo o Dispensador dos Mistérios de Deus. Aproveita esta qualidade para dar aos costumes gregos uma pureza que, sobretudo em Corinto, eles não conheciam há muito tempo; os conselhos que ele dava sobre o casamento e a castidade são tão prudentes quão elevados.
Mas seu ensinamento não se limita a esta moral e, demais, trata do discernimento dos espíritos e os dons que seguem com uma sagacidade que não pode vir senão de um estudo profundo e longo. Aqui se encontram as lições de Gamaliel.
Esquece-os, portanto, e, posto que reivindique a qualidade de Israelita, de filho de Abrão, repele a Lei antiga, embora reconheça todos os seus benefícios e a sua utilidade:
“Para que serve a lei? Ela ajuntou a promessa à causa das transgressões, até a vinda da posteridade a quem a promessa havia sido feita: e ela foi dada pelos anjos e por intermédio de um Mediador... Assim a lei tem sido nossa condutora para nos levar a Cristo, a fim de que sejamos justificados pela fé.
“Mas chegando à fé, não estais mais sob este condutor; sois todos filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo... E não existe mais Judeu nem Grego; não há mais escravos nem livre; não há mais homem nem mulher; porque vós todos não estais senão em Jesus Cristo”.
Aos Hebreus, iniciados pela maioria às Escrituras, mostra qual a perfeição oriunda do Evangelho: “Antiga Lei foi abolida devido à sua fraqueza e à sua inutilidade; porque a Lei não conduz à perfeição; mas uma esperança melhor, pela qual nos aproximamos de Deus, foi substituída”.
Apoiando-se sobre livros santos, estuda com sutileza, as concordâncias proféticas.
E os conselhos de bondade, sucedendo a uma espécie de hino à fé, terminam a Epístola aos Hebreus, um dos mais belos documentos refletindo o pensamento cristão, em sua primeira florescência.
Entretanto, à medida que o conhecimento do povo ensino se espalhava mais se tornava necessário fazer acepção da inteligência e da fé dos ouvintes aos quais se dirigiam as palavras.
Alguns, a quem tinham acreditado poder confiar toda a doutrina, haviam deformado pelas imaginações pessoais e raciocínios que nada tinham de comum com a pregação dos apóstolos.
No fim do século II, uma hierarquia foi estabelecida. Um dos mais poderosos espíritos desta época, Orígenes, que foi por momentos suspeito de heresia, apesar de seu zelo apaixonado pela religião, descreve-nos nestes termos:
“Os cristãos, antes de receber em suas assembléias aqueles que querem ser seus discípulos, fazem-lhes diversas exortações para fortificá-los no desígnio de bem viver; enfim, admitem-nos, quando os vêm no estado que eles desejam e fazem uma Ordem à parte; porque há duas compostas entre eles: Uma a dos iniciados que o são há pouco tempo e não receberam o símbolo de sua purificação; a outra daqueles que deram todas as provas possíveis de sua resolução de não abandonar jamais a profissão do cristianismo”.
Estes apenas eram chamados a distribuir a boa palavra e os primeiros sacramentos que existiram; o batismo primeiramente que Jesus tinha tomado da iniciação de João; em seguida, a eucaristia que Jesus tinha constituído no decorrer da sua última ceia, com a prece, mais que a injunção, que isto fosse feito novamente em sua memória.
Aqueles que tinham ficado firmes na fé, no decorrer destes séculos de perseguição, eram chamados a este sacerdócio, mas não havia necessidade de outras condições em seus agrupamentos fraternais.
Não se colocava questão alguma sobre a ordem nem sobre a instrução daquele que devia guiar seus irmãos; todavia, os espíritos cultivados eram apreciados pela sua facilidade em refutar as objeções, em instruir os pagãos na nova religião, porque todos, e os gregos sobretudo, eram sensíveis às palavras harmoniosas e aos argumentos bem deduzidos.
Pouco a pouco, pela imensa difusão do cristianismo que as próprias perseguições faziam conhecer em todo o Império, o sacerdócio veio a ser mais útil; as cerimônias complicaram-se porque, em muitos casos, e, sobretudo depois do triunfo definitivo do cristianismo, adotado por Constantino, os pontífices cristãos não quiseram proibir as festas populares que não eram absolutamente incompatíveis com o ideal cristão.
As festas das vendas reapareciam no novo calendário; adaptaram-na aos dias consagrados aos santos que melhor correspondessem com o rito abolido.
Esta corrente vai reforçando sem cessar, porque o Império todo é cristão.
É preciso que os magistrados eclesiásticos sejam criados para administrar as vastas coletividades, sustentando, em muitos pontos, o rude assalto dos Bárbaros.
Cria-se uma completa hierarquia.
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ORIGENS INICIÁTICAS
9.8
JESUS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
2ª PARTE
Paulo espírito intransigente, versado por sua primeira educação na interpretação mística das Escrituras, não guarda para ele o que muitos outros conservam secreto.
Nas duas epístolas, achamos a disposição da tríplice personalidade do homem e o distingue muito claramente da alma afetiva do espírito, parte puramente intelectual do ser humano. Por outro lado, sabe que o corpo tem uma lei e que a concupiscência é a causa do pecado. Diria de boa vontade, antes de Pascal: “O coração tem as suas razões que a razão não compreende”; porém, mais místico, exclamou no transporte de sua alma: “Quem me livrará este corpo da morte!”
Vai mais longe e deixa, em muitas ocasiões, passar a teoria da evolução de todos os seres para a perfeição infinita.
Não se contenta em dizer que todos os homens aspiram à sua salvação pela difusão da religião de Cristo. Diz ele: “Todas as criaturas esperam com um ardente desejo que os filhos de Deus sejam manifestados”. Ele não se contenta, como Lucas, em dizer, uma só vez: “Toda carne terá a salvação de Deus”, mas insiste sobre este assunto e uma grande parte da Epístola aos Romanos lhe é consagrada.
Altamente, afasta o espírito ritualista de sua raça e não vê nenhuma utilidade em certas abstinências.
“Um crê que pode comer tudo e aquele que é fraco na fé não come senão ervas. Que aquele que come de tudo, não despreze aquele que somente come ervas; e que aquele que não come senão ervas não condene aquele que come de tudo; porque Deus o tomou para si”.
“Quem és tu, que condenas o servidor de outrem? Se está firme ou se cai, é o seu senhor que deve julgar; mas será firme, porque Deus é bastante poderoso para firmar”.
E, mais longe: “nenhum de nós vive por si mesmo e nenhum de nós morre por si mesmo. Porque, se vivemos é para o Senhor; se morremos, morremos para o Senhor; se vivemos e morremos, pertencemos ao Senhor. É por isso que Cristo morreu...”.
Aos Coríntios, fala em uma linguagem que mais se aproxima das idéias filosóficas da Grécia: “O homem animal não conheceu coisas que são do Espírito de Deus; porque elas lhe pareciam uma loucura e não os pode entender, porque é espiritualmente o que se julga. Mas, o homem espiritual julga as coisas e ninguém pode julgar por ele”. Chama-se a si mesmo o Dispensador dos Mistérios de Deus. Aproveita esta qualidade para dar aos costumes gregos uma pureza que, sobretudo em Corinto, eles não conheciam há muito tempo; os conselhos que ele dava sobre o casamento e a castidade são tão prudentes quão elevados.
Mas seu ensinamento não se limita a esta moral e, demais, trata do discernimento dos espíritos e os dons que seguem com uma sagacidade que não pode vir senão de um estudo profundo e longo. Aqui se encontram as lições de Gamaliel.
Esquece-os, portanto, e, posto que reivindique a qualidade de Israelita, de filho de Abrão, repele a Lei antiga, embora reconheça todos os seus benefícios e a sua utilidade:
“Para que serve a lei? Ela ajuntou a promessa à causa das transgressões, até a vinda da posteridade a quem a promessa havia sido feita: e ela foi dada pelos anjos e por intermédio de um Mediador... Assim a lei tem sido nossa condutora para nos levar a Cristo, a fim de que sejamos justificados pela fé.
“Mas chegando à fé, não estais mais sob este condutor; sois todos filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo... E não existe mais Judeu nem Grego; não há mais escravos nem livre; não há mais homem nem mulher; porque vós todos não estais senão em Jesus Cristo”.
Aos Hebreus, iniciados pela maioria às Escrituras, mostra qual a perfeição oriunda do Evangelho: “Antiga Lei foi abolida devido à sua fraqueza e à sua inutilidade; porque a Lei não conduz à perfeição; mas uma esperança melhor, pela qual nos aproximamos de Deus, foi substituída”.
Apoiando-se sobre livros santos, estuda com sutileza, as concordâncias proféticas.
E os conselhos de bondade, sucedendo a uma espécie de hino à fé, terminam a Epístola aos Hebreus, um dos mais belos documentos refletindo o pensamento cristão, em sua primeira florescência.
Entretanto, à medida que o conhecimento do povo ensino se espalhava mais se tornava necessário fazer acepção da inteligência e da fé dos ouvintes aos quais se dirigiam as palavras.
Alguns, a quem tinham acreditado poder confiar toda a doutrina, haviam deformado pelas imaginações pessoais e raciocínios que nada tinham de comum com a pregação dos apóstolos.
No fim do século II, uma hierarquia foi estabelecida. Um dos mais poderosos espíritos desta época, Orígenes, que foi por momentos suspeito de heresia, apesar de seu zelo apaixonado pela religião, descreve-nos nestes termos:
“Os cristãos, antes de receber em suas assembléias aqueles que querem ser seus discípulos, fazem-lhes diversas exortações para fortificá-los no desígnio de bem viver; enfim, admitem-nos, quando os vêm no estado que eles desejam e fazem uma Ordem à parte; porque há duas compostas entre eles: Uma a dos iniciados que o são há pouco tempo e não receberam o símbolo de sua purificação; a outra daqueles que deram todas as provas possíveis de sua resolução de não abandonar jamais a profissão do cristianismo”.
Estes apenas eram chamados a distribuir a boa palavra e os primeiros sacramentos que existiram; o batismo primeiramente que Jesus tinha tomado da iniciação de João; em seguida, a eucaristia que Jesus tinha constituído no decorrer da sua última ceia, com a prece, mais que a injunção, que isto fosse feito novamente em sua memória.
Aqueles que tinham ficado firmes na fé, no decorrer destes séculos de perseguição, eram chamados a este sacerdócio, mas não havia necessidade de outras condições em seus agrupamentos fraternais.
Não se colocava questão alguma sobre a ordem nem sobre a instrução daquele que devia guiar seus irmãos; todavia, os espíritos cultivados eram apreciados pela sua facilidade em refutar as objeções, em instruir os pagãos na nova religião, porque todos, e os gregos sobretudo, eram sensíveis às palavras harmoniosas e aos argumentos bem deduzidos.
Pouco a pouco, pela imensa difusão do cristianismo que as próprias perseguições faziam conhecer em todo o Império, o sacerdócio veio a ser mais útil; as cerimônias complicaram-se porque, em muitos casos, e, sobretudo depois do triunfo definitivo do cristianismo, adotado por Constantino, os pontífices cristãos não quiseram proibir as festas populares que não eram absolutamente incompatíveis com o ideal cristão.
As festas das vendas reapareciam no novo calendário; adaptaram-na aos dias consagrados aos santos que melhor correspondessem com o rito abolido.
Esta corrente vai reforçando sem cessar, porque o Império todo é cristão.
É preciso que os magistrados eclesiásticos sejam criados para administrar as vastas coletividades, sustentando, em muitos pontos, o rude assalto dos Bárbaros.
Cria-se uma completa hierarquia.
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domingo, 5 de julho de 2009
MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.7 - JESUS - ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS - 1ª PARTE
MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
9.7
JESUS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
1ª PARTE
Há, realmente, na obra tão admirável de Jesus, uma iniciação secreta?
É difícil haver dúvida. Em tudo a necessidade se impõe para dar à massa um ensinamento à sua conduta e guardar os mais altos ensinamentos para aqueles que são capazes de os compreender e se adaptar a tais ensinamentos. É assim que Jesus falava para o povo em parábolas que ele explicava a seus apóstolos.
Desta divisão do dogma, Paulo dá a razão na sua Primeira Epístola aos Coríntios:
“E por serem numerosos, estão entre vós os fracos de espírito, sem contar os adormecidos.” (Cap. XI, vers. 30).
Ele diz aos Hebreus sensivelmente a mesma coisa, ainda que os judeus devessem entender melhor um pensamento que havia sido originado no seu país e na sua raça:
“Dos nossos mistérios, teríamos grandes coisas a dizer; mas nós não tentaremos explicar-vos, porque não os compreendereis.” (Epístola aos Hebreus, cap. V, vers. 11).
Nos momentos da mais alta e mais sincera intimidade intelectual, o Mestre fala aos seus apóstolos com o coração aberto e, quando Simão Pedro o reconhece pelo esperado Messias, Jesus diz-lhe palavras decisivas.
Mas logo pede que não revele a ninguém que ele é o Cristo. Seis dias depois, dá-se a transfiguração. Em um surto de entusiasmo, Jesus elevou-se da terra e achou-se rodeado de uma luz desconhecida.
Os três apóstolos que ele preferia o viram rodeado por Moisés e Elias, e eles caíram por terra, presos de admiração e, mais ainda, de um enorme temor.
Jesus os vê, enche-se de piedade e reaparece só a seus olhos; e logo depois como eles descessem da montanha, onde se manifestou o prodígio, pediu:
“Não digais a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem seja ressuscitado entre os mortos.”
O testemunho de Marcos (Cap. VIII, 30; IX, 8) corrobora aqui, nitidamente o de Mateus (Cap. XVI, 20; XVII, 9).
É inegável que ele teve, unicamente para os apóstolos, um ensinamento esotérico e, quando Jesus pronunciou palavras que davam ao povo a sua doutrina sob uma forma agradável, mas freqüentemente muito veladamente do que se pensava, desenvolvia o pensamento imediatamente diante dos seus. Estes se admiravam na simplicidade de sua alma.
“Por que falas tu por semelhanças?”
Ele respondeu, dizendo:
“Porque vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não é dado.”
“Porque se dará àquele que já tem e terá ainda mais; porém, para aquele que não tem, ser-lhe-á omitido mesmo o que tem.”
E, como esta rudeza os surpreendesse, ele continuou:
“É por isso que eu falo por semelhança, porque vendo, eles não vêm, e ouvindo, eles não ouvem ... Mas vós sois felizes, porque tendes olhos que vêm e ouvidos que ouvem.”
Burnouf, que levou tantas luzes ao estudo das religiões comparadas, expõe a sua opinião relativamente ao lado esotérico da religião cristã na Igreja primitiva:
“É um fato conhecido de todo o mundo, que nos primeiros tempos do Cristianismo, existia uma doutrina secreta, transmitida por meio da palavra e em parte talvez pela escrita; este ensinamento misterioso excluía primeiramente aqueles que se chamavam catecúmenos, isto é, pagãos convertidos, mas ainda não instruídos nas coisas da fé.”
“Uma vez cristãos, não eram, por isso, iniciados nas mais profundas doutrinas, porque elas se transmitiam, de algum modo, de mão em mão, entre homens cuja fé era mais ardente; a este título, eles podiam ser doutores e, por sua vez, instruir e dirigir a massa de fiéis.”
“Sobre quais pontos da doutrina existia o mistério?”
“É uma questão que é impossível resolver a priori e que o estudo dos textos pode apenas esclarecer: está-se, não obstante, no direito de pensar que o véu do segredo cobriria, como os Mistérios de Eleusis, as partes mais profundas da ciência sagrada e aquelas que tinham sido as mais perigosas de descobrir a todos, no meio do mundo pagão, em uma sociedade cristã composta, na maioria, de ignorantes.”
“Veio um tempo em que a doutrina oculta cessou de ser assim. Costumava-se dizer que depois de Constantino, não houve mais tradição secreta em nenhuma igreja, nem no Oriente nem no Ocidente...”
“Para conhecer os pontos da doutrina que constituíam o ensinamento secreto, não é necessário consultar documentos posteriores ao Concílio de Nicéia, se não for para procurar documentos que se podem aí achar ainda, como relação ao período primitivo do Cristianismo. Nesta época, tudo o que devia ser revelado da doutrina cristã, tinha sido efetuado.”
“A partir de Jesus Cristo, vêem-se documentos escritos aparecerem uns após outros na sua ordem natural, à medida que os acontecimentos exteriores e o progresso interno da cristandade lhe permitiam produzir...”
“Os quatro Evangelhos, os Atos, as Epístolas e muitos outros escritos dos tempos primitivos da Igreja, notam as etapas que a promulgação da fé teve de percorrer. A disciplina do segredo durou até o dia em que a manifestação pôde ser encarada como completa; não foi senão para o fim do segundo século; então somente a publicação do Evangelho de João mostrou, sob sua forma teórica, a doutrina confiada por Jesus aos seus discípulos favoritos.”
“Assim, cerca de duzentos anos foram necessários para que os cristãos espalhados no império, estivessem de plena posse das grandes fórmulas da fé. A primeira fórmula sob a que havia sido proposta, é a que Jesus empregava exclusivamente no seu ensinamento público, a forma da parábola; é a que se encontra um pouco isolada no Evangelho de Mateus, o mais antigo dos quatro, aquele que parece reproduzir mais exatamente as próprias palavras do Cristo.”
“A teoria começa a surgir em Lucas, o segundo pela data; este novo livro fez com o primeiro um contraste aparente, porque suprimia, de maneira sistemática, o elemento judeu, que Mateus, tinha conservado estritamente. Marcos não traz nada de novo nem na história do Mestre, nem na expressão da doutrina...” ( A Ciência das Religiões).
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ORIGENS INICIÁTICAS
9.7
JESUS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS
1ª PARTE
Há, realmente, na obra tão admirável de Jesus, uma iniciação secreta?
É difícil haver dúvida. Em tudo a necessidade se impõe para dar à massa um ensinamento à sua conduta e guardar os mais altos ensinamentos para aqueles que são capazes de os compreender e se adaptar a tais ensinamentos. É assim que Jesus falava para o povo em parábolas que ele explicava a seus apóstolos.
Desta divisão do dogma, Paulo dá a razão na sua Primeira Epístola aos Coríntios:
“E por serem numerosos, estão entre vós os fracos de espírito, sem contar os adormecidos.” (Cap. XI, vers. 30).
Ele diz aos Hebreus sensivelmente a mesma coisa, ainda que os judeus devessem entender melhor um pensamento que havia sido originado no seu país e na sua raça:
“Dos nossos mistérios, teríamos grandes coisas a dizer; mas nós não tentaremos explicar-vos, porque não os compreendereis.” (Epístola aos Hebreus, cap. V, vers. 11).
Nos momentos da mais alta e mais sincera intimidade intelectual, o Mestre fala aos seus apóstolos com o coração aberto e, quando Simão Pedro o reconhece pelo esperado Messias, Jesus diz-lhe palavras decisivas.
Mas logo pede que não revele a ninguém que ele é o Cristo. Seis dias depois, dá-se a transfiguração. Em um surto de entusiasmo, Jesus elevou-se da terra e achou-se rodeado de uma luz desconhecida.
Os três apóstolos que ele preferia o viram rodeado por Moisés e Elias, e eles caíram por terra, presos de admiração e, mais ainda, de um enorme temor.
Jesus os vê, enche-se de piedade e reaparece só a seus olhos; e logo depois como eles descessem da montanha, onde se manifestou o prodígio, pediu:
“Não digais a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem seja ressuscitado entre os mortos.”
O testemunho de Marcos (Cap. VIII, 30; IX, 8) corrobora aqui, nitidamente o de Mateus (Cap. XVI, 20; XVII, 9).
É inegável que ele teve, unicamente para os apóstolos, um ensinamento esotérico e, quando Jesus pronunciou palavras que davam ao povo a sua doutrina sob uma forma agradável, mas freqüentemente muito veladamente do que se pensava, desenvolvia o pensamento imediatamente diante dos seus. Estes se admiravam na simplicidade de sua alma.
“Por que falas tu por semelhanças?”
Ele respondeu, dizendo:
“Porque vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não é dado.”
“Porque se dará àquele que já tem e terá ainda mais; porém, para aquele que não tem, ser-lhe-á omitido mesmo o que tem.”
E, como esta rudeza os surpreendesse, ele continuou:
“É por isso que eu falo por semelhança, porque vendo, eles não vêm, e ouvindo, eles não ouvem ... Mas vós sois felizes, porque tendes olhos que vêm e ouvidos que ouvem.”
Burnouf, que levou tantas luzes ao estudo das religiões comparadas, expõe a sua opinião relativamente ao lado esotérico da religião cristã na Igreja primitiva:
“É um fato conhecido de todo o mundo, que nos primeiros tempos do Cristianismo, existia uma doutrina secreta, transmitida por meio da palavra e em parte talvez pela escrita; este ensinamento misterioso excluía primeiramente aqueles que se chamavam catecúmenos, isto é, pagãos convertidos, mas ainda não instruídos nas coisas da fé.”
“Uma vez cristãos, não eram, por isso, iniciados nas mais profundas doutrinas, porque elas se transmitiam, de algum modo, de mão em mão, entre homens cuja fé era mais ardente; a este título, eles podiam ser doutores e, por sua vez, instruir e dirigir a massa de fiéis.”
“Sobre quais pontos da doutrina existia o mistério?”
“É uma questão que é impossível resolver a priori e que o estudo dos textos pode apenas esclarecer: está-se, não obstante, no direito de pensar que o véu do segredo cobriria, como os Mistérios de Eleusis, as partes mais profundas da ciência sagrada e aquelas que tinham sido as mais perigosas de descobrir a todos, no meio do mundo pagão, em uma sociedade cristã composta, na maioria, de ignorantes.”
“Veio um tempo em que a doutrina oculta cessou de ser assim. Costumava-se dizer que depois de Constantino, não houve mais tradição secreta em nenhuma igreja, nem no Oriente nem no Ocidente...”
“Para conhecer os pontos da doutrina que constituíam o ensinamento secreto, não é necessário consultar documentos posteriores ao Concílio de Nicéia, se não for para procurar documentos que se podem aí achar ainda, como relação ao período primitivo do Cristianismo. Nesta época, tudo o que devia ser revelado da doutrina cristã, tinha sido efetuado.”
“A partir de Jesus Cristo, vêem-se documentos escritos aparecerem uns após outros na sua ordem natural, à medida que os acontecimentos exteriores e o progresso interno da cristandade lhe permitiam produzir...”
“Os quatro Evangelhos, os Atos, as Epístolas e muitos outros escritos dos tempos primitivos da Igreja, notam as etapas que a promulgação da fé teve de percorrer. A disciplina do segredo durou até o dia em que a manifestação pôde ser encarada como completa; não foi senão para o fim do segundo século; então somente a publicação do Evangelho de João mostrou, sob sua forma teórica, a doutrina confiada por Jesus aos seus discípulos favoritos.”
“Assim, cerca de duzentos anos foram necessários para que os cristãos espalhados no império, estivessem de plena posse das grandes fórmulas da fé. A primeira fórmula sob a que havia sido proposta, é a que Jesus empregava exclusivamente no seu ensinamento público, a forma da parábola; é a que se encontra um pouco isolada no Evangelho de Mateus, o mais antigo dos quatro, aquele que parece reproduzir mais exatamente as próprias palavras do Cristo.”
“A teoria começa a surgir em Lucas, o segundo pela data; este novo livro fez com o primeiro um contraste aparente, porque suprimia, de maneira sistemática, o elemento judeu, que Mateus, tinha conservado estritamente. Marcos não traz nada de novo nem na história do Mestre, nem na expressão da doutrina...” ( A Ciência das Religiões).
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sábado, 20 de junho de 2009
MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.6 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 5ª PARTE
MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
9.6
JESUS
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS
5ª PARTE
Jesus, sabendo que não viveria muito tempo, tinha, desde o começo, escolhido doze discípulos que deviam continuar a sua obra. Estes discípulos tinham sido escolhidos entre os seus fiéis mais atentos; conhecemo-los com o nome de apóstolos.
Após uma iniciação especial, estes apóstolos participam dos poderes de Jesus.
Como ele, podiam efetuar curas pela imposição das mãos.
É também pela imposição das mãos ou unção de óleo consagrado, que eles expulsavam os demônios. Podiam manejar sem perigo os reptis venenosos e beber com a máxima calma, impunemente, beberagens mortais.
Conflitos de doutrina e de interesses tornavam-se mais vivos em torno de Jesus. Este sentia que a sua hora era chegada e disso deu parte àqueles que o rodeavam.
Os detalhes da morte de Jesus estão muito presentes na memória de todos para que seja necessário repeti-la aqui.
Seus interrogatórios, diante daqueles que tinham preparado a sua morte, como se prepara um sacrifício, teriam desarmado os seus inimigos, mas a inveja não se desarma jamais.
A multidão que, poucos dias antes, lançava flores e seus mantos à sua passagem, reclamava a sua morte em grandes gritos.
Seus próprios apóstolos fugiram diante de sua angústia. Apenas João, Maria de Magdala e a mãe de Jesus seguiram-no até o Calvário.
Nem os suplícios nem a morte arrancaram uma queixa àquele que se entregava para dar a paz ao mundo. Morreu, perdoando os seus carrascos e prometendo o Paraíso a um dos ladrões, entre os quais tinha sido crucificado.
Começou aí a ação dos Apóstolos. A vida de Jesus, como a dos iniciadores orientais, magnifica-se por lendas e toma cada vez mais o valor de um símbolo. Mas o que ficou intacto da influência do Mestre, foi a radiante imagem daquele que não tinha ordenado senão com amor, cuja doutrina inteira não era senão fraternidade, piedade, perdão e que, deste modo, combatia a dureza do mundo antigo – sobretudo depois da conquista romana – a maior revolução que havia sido feita em nome da clemência e da bondade.
Tem-se muitas vezes aproximado a religião de Jesus da religião de Buda, mas não se tem sublinhado suficientemente a preferência incessante concedida por Jesus ao mais humilde, ao mais vil, ao mais vil, muitas vezes mesmo ao mais indigno.
O rico mau é punido pelas chamas eternas, mas não se mostrou bom rico; quando um moço de família opulenta pediu a Jesus para ser admitido no meio de seus discípulos, ele pediu-lhe primeiramente que desse todos os seus bens aos pobres. E o jovem se retirou muito triste, porque possuía grandes bens. Não há palavra de censura no Evangelho, mas a partida do adolescente sublinha, por uma poderosa imagem, a incompatibilidade da nova religião com o apego aos bens do mundo.
Jesus não tem que fazer de seus bens. Para ele, uma única riqueza é notável: a do coração, a beleza dos sentimentos. Perdoa à pecadora “porque ela muito amou”, preferindo o abandono de si mesma em um amor impuro à egoística procura do ouro e do aplauso público. Como vimos, não é preciso amara somente aqueles aos quais estamos ligados pelos laços de sangue e de amizade, nem somente aqueles que nos têm feito experimentar a sua benevolência, mas ainda, e sobretudo, aqueles que nos têm afligido e ultrajado.
Da mesma forma, nós nos aproximamos tanto que está em nosso poder a misericórdia divina.
As ternas palavras de Jesus para com as crianças que correm para ele e o rodeiam, entes que ele preferia por suas espontaneidades e pureza; a viva poesia de suas parábolas onde pinta deliciosamente a Natureza, nos demonstram mesmo o seu amor pelas coisas, pelos seres inanimados que saem da mão do Pai. Sua religião é toda amor, fraternidade, união de almas, muito mais elevada e mais além do que se pode imaginar nos elos dos partidos políticos e até a fraternidade de sangue ou de pátria.
Como todas as coisas humanas, a religião de Jesus não conserva por muito tempo, na prática, todo esplendor do seu ideal.
Veio um momento em que a religião nova, tendo triunfado, vem a ser religião do Estado e, regularizada, amoldada à firme disciplina romana, perdeu a sua graça e leveza.
Além disso, é quase impossível pedir ao conjunto de seres os mesmos sentimentos elevados que se pode esperar somente de uma reunião seleta de iniciados.
Certamente, a religião cristã conduz ao mundo um ideal que transforma e lhe permite uma evolução que os nossos olhos, muito acostumados, não discernem, porém que o nosso pensamento se dirige para o doce iniciador que pregou a doçura e a piedade sobre os caminhos da Galiléia, nós não podemos deixar de lamentar que todos aqueles que o seguiram não tivessem conservado a suavidade desta grande figura.
E o nosso espírito lamenta também que o esoterismo cristão tenha sido eclipsado entre nós.
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ORIGENS INICIÁTICAS
9.6
JESUS
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS
5ª PARTE
Jesus, sabendo que não viveria muito tempo, tinha, desde o começo, escolhido doze discípulos que deviam continuar a sua obra. Estes discípulos tinham sido escolhidos entre os seus fiéis mais atentos; conhecemo-los com o nome de apóstolos.
Após uma iniciação especial, estes apóstolos participam dos poderes de Jesus.
Como ele, podiam efetuar curas pela imposição das mãos.
É também pela imposição das mãos ou unção de óleo consagrado, que eles expulsavam os demônios. Podiam manejar sem perigo os reptis venenosos e beber com a máxima calma, impunemente, beberagens mortais.
Conflitos de doutrina e de interesses tornavam-se mais vivos em torno de Jesus. Este sentia que a sua hora era chegada e disso deu parte àqueles que o rodeavam.
Os detalhes da morte de Jesus estão muito presentes na memória de todos para que seja necessário repeti-la aqui.
Seus interrogatórios, diante daqueles que tinham preparado a sua morte, como se prepara um sacrifício, teriam desarmado os seus inimigos, mas a inveja não se desarma jamais.
A multidão que, poucos dias antes, lançava flores e seus mantos à sua passagem, reclamava a sua morte em grandes gritos.
Seus próprios apóstolos fugiram diante de sua angústia. Apenas João, Maria de Magdala e a mãe de Jesus seguiram-no até o Calvário.
Nem os suplícios nem a morte arrancaram uma queixa àquele que se entregava para dar a paz ao mundo. Morreu, perdoando os seus carrascos e prometendo o Paraíso a um dos ladrões, entre os quais tinha sido crucificado.
Começou aí a ação dos Apóstolos. A vida de Jesus, como a dos iniciadores orientais, magnifica-se por lendas e toma cada vez mais o valor de um símbolo. Mas o que ficou intacto da influência do Mestre, foi a radiante imagem daquele que não tinha ordenado senão com amor, cuja doutrina inteira não era senão fraternidade, piedade, perdão e que, deste modo, combatia a dureza do mundo antigo – sobretudo depois da conquista romana – a maior revolução que havia sido feita em nome da clemência e da bondade.
Tem-se muitas vezes aproximado a religião de Jesus da religião de Buda, mas não se tem sublinhado suficientemente a preferência incessante concedida por Jesus ao mais humilde, ao mais vil, ao mais vil, muitas vezes mesmo ao mais indigno.
O rico mau é punido pelas chamas eternas, mas não se mostrou bom rico; quando um moço de família opulenta pediu a Jesus para ser admitido no meio de seus discípulos, ele pediu-lhe primeiramente que desse todos os seus bens aos pobres. E o jovem se retirou muito triste, porque possuía grandes bens. Não há palavra de censura no Evangelho, mas a partida do adolescente sublinha, por uma poderosa imagem, a incompatibilidade da nova religião com o apego aos bens do mundo.
Jesus não tem que fazer de seus bens. Para ele, uma única riqueza é notável: a do coração, a beleza dos sentimentos. Perdoa à pecadora “porque ela muito amou”, preferindo o abandono de si mesma em um amor impuro à egoística procura do ouro e do aplauso público. Como vimos, não é preciso amara somente aqueles aos quais estamos ligados pelos laços de sangue e de amizade, nem somente aqueles que nos têm feito experimentar a sua benevolência, mas ainda, e sobretudo, aqueles que nos têm afligido e ultrajado.
Da mesma forma, nós nos aproximamos tanto que está em nosso poder a misericórdia divina.
As ternas palavras de Jesus para com as crianças que correm para ele e o rodeiam, entes que ele preferia por suas espontaneidades e pureza; a viva poesia de suas parábolas onde pinta deliciosamente a Natureza, nos demonstram mesmo o seu amor pelas coisas, pelos seres inanimados que saem da mão do Pai. Sua religião é toda amor, fraternidade, união de almas, muito mais elevada e mais além do que se pode imaginar nos elos dos partidos políticos e até a fraternidade de sangue ou de pátria.
Como todas as coisas humanas, a religião de Jesus não conserva por muito tempo, na prática, todo esplendor do seu ideal.
Veio um momento em que a religião nova, tendo triunfado, vem a ser religião do Estado e, regularizada, amoldada à firme disciplina romana, perdeu a sua graça e leveza.
Além disso, é quase impossível pedir ao conjunto de seres os mesmos sentimentos elevados que se pode esperar somente de uma reunião seleta de iniciados.
Certamente, a religião cristã conduz ao mundo um ideal que transforma e lhe permite uma evolução que os nossos olhos, muito acostumados, não discernem, porém que o nosso pensamento se dirige para o doce iniciador que pregou a doçura e a piedade sobre os caminhos da Galiléia, nós não podemos deixar de lamentar que todos aqueles que o seguiram não tivessem conservado a suavidade desta grande figura.
E o nosso espírito lamenta também que o esoterismo cristão tenha sido eclipsado entre nós.
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sábado, 23 de maio de 2009
MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 9.5 - JESUS - ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS - 4ª PARTE
MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
9.5
JESUS
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS
4ª PARTE
Os primeiros discípulos de Jesus foram objeto de escândalo para aqueles que desprezavam a plebe.
Estes eram pescadores, um publicano (aquele que veio a ser Mateus), pessoas humildes, mulheres, como Maria de Magdala, que viveu entre as mulheres santas que rodeavam Jesus e que lhe foi fiel até sua morte, até o calvário, onde a tradição cristã a representa como sendo a primeira que encontrou o Mestre ressuscitado, imagem admirável daquele que havia dito: “Há mais alegria no céu para um pecador que se arrepende do que para noventa e nove que não têm necessidade de penitência”.
Um dos discípulos mais amados do iniciador, aquele que nos transmitiu a parte esotérica de sua doutrina, foi um dos seus parentes, João, que devia gozar um grande papel no desenvolvimento do cristianismo nascente.
Certamente, todos os apóstolos são imbuídos da doutrina de Jesus, mas parece que João o tinha mais bem compreendido.
Seu Evangelho, como veremos desvenda mais profundamente do que outros o pensamento secreto de Jesus; mas também herdou de sua terna benevolência e suas epístolas guardam este tom de bondade que é como o reflexo da palavra de Jesus:
“Meus filhos, se nosso coração não nos condena, podemos ter uma grande confiança em Deus. O que lhe pedimos, receberemos dele, porque guardamos seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável”.
“E eis aqui o seu mandamento: que creiamos em nome de Jesus Cristo, seu filho, e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordena”.
João, que era quase uma criança ainda quando entrou na senda de Jesus, teve o privilégio da infância e este foi o discípulo que Jesus amava e que entrou na confiança mais completa de suas vistas e de seus pensamentos.
A doutrina de Jesus era absolutamente contrária a tudo o que o mundo tinha conhecido até então. Sob o reino de Roma, onde tudo era excitação e rapina, ele pregava o desinteresse, a renúncia do coração a todos os bens terrestres. Cada um se preocupa do que lhe pode acontecer neste mundo: de sua fortuna, de sua ambição. Jesus nega absolutamente a importância destes pensamentos. Uma só coisa é necessária; a evolução de nossa alma, segundo o doce hábito de sua palavra familiar, mostra que a Natureza não nos instruiu nestes pensamentos de previdência material e desejo de autoridade que não serve senão para molestar o fraco:
“Considerai o lírio dos campos; não trabalho nem rouba. Entretanto, eu vos digo, Salomão, em toda a sua glória, não estava vestido como nenhum deles. Se Deus revestiu, pois, assim a erva do campo que vive hoje e que amanhã será cortada e lançada ao forno, não vos revistirá também, ó gente de pouca fé”?
E a sua palavra sobre aqueles que amontoam tesouros:
“Procurai primeiramente o reino de Deus e o resto será dado por acréscimo. Não cuideis do amanhã; amanhã se desgostará de si mesmo. A cada dia basta a sua pena”.
E além disso, como se desgostasse da nutrição dos pobres e mesmo do vinho dos convivas do festim das Núpcias da Cana – como se este desgosto da nutrição ofuscasse aquele que contentava com algumas espigas apanhadas à beira do caminho e esmigalhadas na mão – volta a esta questão que tem tanta importância na vida do mundo:
“não sede inquietos pelo alimento que tereis para sustentardes a vossa vida. Olhai os pássaros do céu: não semeiam nem colhem; não têm celeiro nem paiol, e vosso Pai celeste os nutre. Vós não estais muito acima deles”?
Diante destas palavras, quiseram acusar Jesus de insensibilidade, uma espécie de boemia mística. Não existiu nada disso. O que ele pede é ter confiança na vida. Certamente, aquele que tem responsabilidades não deve deixar de tomá-las em conta, não deve esquece-las; mas, em todo estado de causa há necessidade de complicar uma vida com tantas necessidades como o homem cria diariamente?
Aquele que sabe crer e refletir não saberia duvidar que tudo, neste mundo, seja criado para o bem.
Se devemos sofrer uma experiência da sorte, porque agrava-la por temores e lamentações inúteis?
Aquele que sabe, não tem o direito de se alarmar; não lhe chegará coisa alguma que não deva chegar. Está em nós remontar dos efeitos às causas. Ou, conhecendo o que nos pode chegar, consideraremos como inevitável, e, pela tensão da vontade e a resignação do coração, sustentaremos o choque do melhor modo que nos for possível; preferiremos subir a corrente, e não é nem temor, nem a tristeza que nos auxiliarão; eles perturbarão as nossas forças. A única coisa que importa é a nossa elevação, o nosso aperfeiçoamento, a direção do nosso coração. Operando assim, a vida ser-nos-á bela e alegre. Os iniciados sabem: tudo é sorriso, mesmo as lágrimas, para aquele que o compreendeu.
Cada ano, durante a Páscoa, Jesus voltava a Jerusalém. O que lá encontrou foi a mais viva oposição à sua doutrina; foi ali também que encontrou os maiores e mais ternos devotamentos. Declarou Ele que não tinha vindo para destruir a Lei, mas cumpri-la; os sacerdotes sentiam facilmente que ele compreendia como eles esta Lei mosaica, sobrecarregada de práticas e que tinha tanta aspereza a ponto de não mais tocar o coração deste povo judeu, outrora tão ardentemente fervoroso.
Não queria destruir a lei, mas, procurando desprender o espírito que vivifica da letra que mata, abate-la para ampliar à altura de seu pensamento. Por outro lado, a idéia de renúncia aos sacrifícios solenes, de orar em sua casa e não em lugar público, abriu uma brecha profunda nos interesses materiais. Uma multidão de mercadores vivia sob os pórticos do Templo, vendendo animais que deviam sacrificar e mil lembranças da peregrinação cumprida, como em nossos dias em torno das igrejas célebres.
Além disso, os padres e levitas eram nutridos de oferendas; este dom preenchia a sua parte de herança na partilha da Terra prometida.
Imagina-se a que ponto Jesus pareceu revolucionário quando expulsou os vendedores que faziam do templo uma caverna de ladrões. É então que ele se tornou suspeito e foi acusado de pregar uma Lei nova. Para ele, a Lei não saberia dividir um povo ou uma seita; dia viria em que Deus seria Pai de todos os homens, em que não haveria mais Judeus nem Gentios.
Todos os que foram criados por Deus têm os mesmos direitos à sua bondade e ao seu amor.
A Lei não é mais a regra de ferro que conduz um povo eleito para seus destinos. Essa expansão do coração humano, muito tempo constrangido, é que se abre a um novo sol; todas as pétalas não formam senão uma única flor banhada de orvalho e de luz.
Esta religião do coração podia ser harmônica com todos.
Por outro lado, o pensamento de Jesus progredia. Pelos obstáculos que se levantavam no seu caminho, compreendia que a revolução que ele tinha chamado não se faria tão docemente como havia esperado.
Havia mais a modificar nesta antiga Lei, do que ele julgara primeiramente.
O povo vinha a ele e o reconhecia como o Messias, Era-o e acreditava ser?
Não nos é permitido resolver um ponto delicado que foi resolvido no sangue, no Jardim das Oliveira e sobre a cruz no Gólgota.
O que é certo é que Jesus assumiu esta personalidade até diante de Caifaz, afirmando que era o Messias, filho de Deus.
É ele que revelará o reino de seu pai.
Para demonstrar esta vocação messiânica, duas espécies de provas são geralmente admitidas: os milagres e o cumprimento das antigas profecias relativas ao Messias.
Não nos afastaremos das profecias, desejosos de pesarmos somente, no presente estudo, a doutrina moral de Jesus.
Quanto aos milagres, são quase todos milagres de cura. Todos os Evangelhos abundam nestes fatos; Jesus impõe a mão sobre o leproso e ele fica radicalmente curado. Diz ao paralítico: “Ergue-te e caminha” e aquele que esperava tanto tempo à borda do túmulo toma o seu leito sobre a espádua e vai bendizendo a Deus.
Os cegos vêem. A mulher Cananéia, que, não sendo judia, não se anima a pedir a Jesus para cura-la, mas toca docemente a franja de suas vestes, fica completamente curada.
Jesus friccionou saliva nos olhos de um cego de nascimento e os olhos que não haviam conhecido o sol se admiram diante da luz.
A esta época, atribuía-se à influência do demônio um grande número de moléstias. Certamente admitem ainda que os males podem ser aumentados ou diminuídos pelas influências espirituais. Mas no tempo de Jesus, a magia fazia parte da medicina; era importante a leitura das obras relativas ao templo de Epidauro em que os adoradores de Asclépio eram curados pela vontade de Deus.
Jesus exorciza os doentes, e os demônios que causavam seus males escapam dos corpos atormentados e estes voltam à calma.
Virtude mais poderá ainda! Jesus curava também os enfermos pela doce simpatia que emanava de sua pessoa. Sabia que estava inclinado a todos os sofrimentos da terra e que escolheu entre as profecias a que concerne ao “homem das dores”: que a perturbação do coração e a aflição do espírito são a base de todas as doenças.
Eis porque leva todo os seus cuidados ao apaziguamento da alma antes da cura do corpo.
Não são os poderosos e ricos que ele procura, mas aqueles que se curvam sob o peso do fardo de seus desgostos.
“Vinde a mim – dizia ele – vós que estais fatigados e carregados, que eu vos consolarei. Tomai meu jugo sobre as vossas espáduas, pois eu sou doce e humilde de coração e vós encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é brando e meu fardo é leve”. (Mateus, cap.XI vs. 28-30).
À medida que se erguia a sordidez de certas almas, Jesus compreendia que a cura do mundo não se faria senão por meio de uma completa doçura.
Então, sentiu que as forças viriam e que fariam um formidável alvoroço no mundo romano.
Predisse o fim do mundo, após o qual veremos um novo céu e uma nova terra. Sentia que a ordem social tocava o seu fim e que os tempos eram chegados.
Precisava que uma renascença fosse preparada por estranhas calamidades, por desgraças inauditas, como a charrua revolve o campo que deve ser semeado.
Esta calamidade, preparatória do reino de Deus sobre a terra, será também a apoteose do Messias. Começará por tempestades que perturbarão o céu completamente. O fogo dos clarões iluminará toda a terra. Mas sobre as nuvens, o Messias virá, formidável, ao som de trombetas que repercutirão, tocadas por temíveis Arcanjos.
Os mortos sairão dos túmulos e esperarão, transidos de medo, o julgamento que os disporá para a eternidade.
É o Messias revestido dos poderes de seu Pai, que procederá a este julgamento.
De um lado, os eleitos, o pequeno número daqueles que souberam ficar ilesos dos prazeres da terra, das suas preocupações; aqueles que não foram tragados ao mesmo tempo pelo desprezo de Deus e pela cupidez.
Mais além, colocados à direita de seu juiz, serão chamados a gozar de uma felicidade eterna, sem limites, em uma estadia deliciosa que foi preparada desde a origem do mundo.
Estes são os bem-aventurados, aos quais o reino do céu, o Paraíso, pertence.
À esquerda do Juiz, estarão os malditos, aqueles que não tiveram crença, que endureceram o coração, que não viveram senão egoisticamente para si mesmos e para os seus interesses.
Estes irão à Geena, ao vale horrível do Ocidente de Jerusalém, onde de altos cai uma espessa sombra, onde não germina nenhuma vegetação.
Neste lugar desolado, serão prisioneiros das chamas que não se extinguirão jamais; serão também roídos pelos vermes.
O Filho do Homem, assentado à direita de Deus, seu Pai, presidirá solenemente a esta justiça, cujos efeitos serão eternos.
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ORIGENS INICIÁTICAS
9.5
JESUS
ENSINAMENTOS EXOTÉRICOS
4ª PARTE
Os primeiros discípulos de Jesus foram objeto de escândalo para aqueles que desprezavam a plebe.
Estes eram pescadores, um publicano (aquele que veio a ser Mateus), pessoas humildes, mulheres, como Maria de Magdala, que viveu entre as mulheres santas que rodeavam Jesus e que lhe foi fiel até sua morte, até o calvário, onde a tradição cristã a representa como sendo a primeira que encontrou o Mestre ressuscitado, imagem admirável daquele que havia dito: “Há mais alegria no céu para um pecador que se arrepende do que para noventa e nove que não têm necessidade de penitência”.
Um dos discípulos mais amados do iniciador, aquele que nos transmitiu a parte esotérica de sua doutrina, foi um dos seus parentes, João, que devia gozar um grande papel no desenvolvimento do cristianismo nascente.
Certamente, todos os apóstolos são imbuídos da doutrina de Jesus, mas parece que João o tinha mais bem compreendido.
Seu Evangelho, como veremos desvenda mais profundamente do que outros o pensamento secreto de Jesus; mas também herdou de sua terna benevolência e suas epístolas guardam este tom de bondade que é como o reflexo da palavra de Jesus:
“Meus filhos, se nosso coração não nos condena, podemos ter uma grande confiança em Deus. O que lhe pedimos, receberemos dele, porque guardamos seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável”.
“E eis aqui o seu mandamento: que creiamos em nome de Jesus Cristo, seu filho, e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordena”.
João, que era quase uma criança ainda quando entrou na senda de Jesus, teve o privilégio da infância e este foi o discípulo que Jesus amava e que entrou na confiança mais completa de suas vistas e de seus pensamentos.
A doutrina de Jesus era absolutamente contrária a tudo o que o mundo tinha conhecido até então. Sob o reino de Roma, onde tudo era excitação e rapina, ele pregava o desinteresse, a renúncia do coração a todos os bens terrestres. Cada um se preocupa do que lhe pode acontecer neste mundo: de sua fortuna, de sua ambição. Jesus nega absolutamente a importância destes pensamentos. Uma só coisa é necessária; a evolução de nossa alma, segundo o doce hábito de sua palavra familiar, mostra que a Natureza não nos instruiu nestes pensamentos de previdência material e desejo de autoridade que não serve senão para molestar o fraco:
“Considerai o lírio dos campos; não trabalho nem rouba. Entretanto, eu vos digo, Salomão, em toda a sua glória, não estava vestido como nenhum deles. Se Deus revestiu, pois, assim a erva do campo que vive hoje e que amanhã será cortada e lançada ao forno, não vos revistirá também, ó gente de pouca fé”?
E a sua palavra sobre aqueles que amontoam tesouros:
“Procurai primeiramente o reino de Deus e o resto será dado por acréscimo. Não cuideis do amanhã; amanhã se desgostará de si mesmo. A cada dia basta a sua pena”.
E além disso, como se desgostasse da nutrição dos pobres e mesmo do vinho dos convivas do festim das Núpcias da Cana – como se este desgosto da nutrição ofuscasse aquele que contentava com algumas espigas apanhadas à beira do caminho e esmigalhadas na mão – volta a esta questão que tem tanta importância na vida do mundo:
“não sede inquietos pelo alimento que tereis para sustentardes a vossa vida. Olhai os pássaros do céu: não semeiam nem colhem; não têm celeiro nem paiol, e vosso Pai celeste os nutre. Vós não estais muito acima deles”?
Diante destas palavras, quiseram acusar Jesus de insensibilidade, uma espécie de boemia mística. Não existiu nada disso. O que ele pede é ter confiança na vida. Certamente, aquele que tem responsabilidades não deve deixar de tomá-las em conta, não deve esquece-las; mas, em todo estado de causa há necessidade de complicar uma vida com tantas necessidades como o homem cria diariamente?
Aquele que sabe crer e refletir não saberia duvidar que tudo, neste mundo, seja criado para o bem.
Se devemos sofrer uma experiência da sorte, porque agrava-la por temores e lamentações inúteis?
Aquele que sabe, não tem o direito de se alarmar; não lhe chegará coisa alguma que não deva chegar. Está em nós remontar dos efeitos às causas. Ou, conhecendo o que nos pode chegar, consideraremos como inevitável, e, pela tensão da vontade e a resignação do coração, sustentaremos o choque do melhor modo que nos for possível; preferiremos subir a corrente, e não é nem temor, nem a tristeza que nos auxiliarão; eles perturbarão as nossas forças. A única coisa que importa é a nossa elevação, o nosso aperfeiçoamento, a direção do nosso coração. Operando assim, a vida ser-nos-á bela e alegre. Os iniciados sabem: tudo é sorriso, mesmo as lágrimas, para aquele que o compreendeu.
Cada ano, durante a Páscoa, Jesus voltava a Jerusalém. O que lá encontrou foi a mais viva oposição à sua doutrina; foi ali também que encontrou os maiores e mais ternos devotamentos. Declarou Ele que não tinha vindo para destruir a Lei, mas cumpri-la; os sacerdotes sentiam facilmente que ele compreendia como eles esta Lei mosaica, sobrecarregada de práticas e que tinha tanta aspereza a ponto de não mais tocar o coração deste povo judeu, outrora tão ardentemente fervoroso.
Não queria destruir a lei, mas, procurando desprender o espírito que vivifica da letra que mata, abate-la para ampliar à altura de seu pensamento. Por outro lado, a idéia de renúncia aos sacrifícios solenes, de orar em sua casa e não em lugar público, abriu uma brecha profunda nos interesses materiais. Uma multidão de mercadores vivia sob os pórticos do Templo, vendendo animais que deviam sacrificar e mil lembranças da peregrinação cumprida, como em nossos dias em torno das igrejas célebres.
Além disso, os padres e levitas eram nutridos de oferendas; este dom preenchia a sua parte de herança na partilha da Terra prometida.
Imagina-se a que ponto Jesus pareceu revolucionário quando expulsou os vendedores que faziam do templo uma caverna de ladrões. É então que ele se tornou suspeito e foi acusado de pregar uma Lei nova. Para ele, a Lei não saberia dividir um povo ou uma seita; dia viria em que Deus seria Pai de todos os homens, em que não haveria mais Judeus nem Gentios.
Todos os que foram criados por Deus têm os mesmos direitos à sua bondade e ao seu amor.
A Lei não é mais a regra de ferro que conduz um povo eleito para seus destinos. Essa expansão do coração humano, muito tempo constrangido, é que se abre a um novo sol; todas as pétalas não formam senão uma única flor banhada de orvalho e de luz.
Esta religião do coração podia ser harmônica com todos.
Por outro lado, o pensamento de Jesus progredia. Pelos obstáculos que se levantavam no seu caminho, compreendia que a revolução que ele tinha chamado não se faria tão docemente como havia esperado.
Havia mais a modificar nesta antiga Lei, do que ele julgara primeiramente.
O povo vinha a ele e o reconhecia como o Messias, Era-o e acreditava ser?
Não nos é permitido resolver um ponto delicado que foi resolvido no sangue, no Jardim das Oliveira e sobre a cruz no Gólgota.
O que é certo é que Jesus assumiu esta personalidade até diante de Caifaz, afirmando que era o Messias, filho de Deus.
É ele que revelará o reino de seu pai.
Para demonstrar esta vocação messiânica, duas espécies de provas são geralmente admitidas: os milagres e o cumprimento das antigas profecias relativas ao Messias.
Não nos afastaremos das profecias, desejosos de pesarmos somente, no presente estudo, a doutrina moral de Jesus.
Quanto aos milagres, são quase todos milagres de cura. Todos os Evangelhos abundam nestes fatos; Jesus impõe a mão sobre o leproso e ele fica radicalmente curado. Diz ao paralítico: “Ergue-te e caminha” e aquele que esperava tanto tempo à borda do túmulo toma o seu leito sobre a espádua e vai bendizendo a Deus.
Os cegos vêem. A mulher Cananéia, que, não sendo judia, não se anima a pedir a Jesus para cura-la, mas toca docemente a franja de suas vestes, fica completamente curada.
Jesus friccionou saliva nos olhos de um cego de nascimento e os olhos que não haviam conhecido o sol se admiram diante da luz.
A esta época, atribuía-se à influência do demônio um grande número de moléstias. Certamente admitem ainda que os males podem ser aumentados ou diminuídos pelas influências espirituais. Mas no tempo de Jesus, a magia fazia parte da medicina; era importante a leitura das obras relativas ao templo de Epidauro em que os adoradores de Asclépio eram curados pela vontade de Deus.
Jesus exorciza os doentes, e os demônios que causavam seus males escapam dos corpos atormentados e estes voltam à calma.
Virtude mais poderá ainda! Jesus curava também os enfermos pela doce simpatia que emanava de sua pessoa. Sabia que estava inclinado a todos os sofrimentos da terra e que escolheu entre as profecias a que concerne ao “homem das dores”: que a perturbação do coração e a aflição do espírito são a base de todas as doenças.
Eis porque leva todo os seus cuidados ao apaziguamento da alma antes da cura do corpo.
Não são os poderosos e ricos que ele procura, mas aqueles que se curvam sob o peso do fardo de seus desgostos.
“Vinde a mim – dizia ele – vós que estais fatigados e carregados, que eu vos consolarei. Tomai meu jugo sobre as vossas espáduas, pois eu sou doce e humilde de coração e vós encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é brando e meu fardo é leve”. (Mateus, cap.XI vs. 28-30).
À medida que se erguia a sordidez de certas almas, Jesus compreendia que a cura do mundo não se faria senão por meio de uma completa doçura.
Então, sentiu que as forças viriam e que fariam um formidável alvoroço no mundo romano.
Predisse o fim do mundo, após o qual veremos um novo céu e uma nova terra. Sentia que a ordem social tocava o seu fim e que os tempos eram chegados.
Precisava que uma renascença fosse preparada por estranhas calamidades, por desgraças inauditas, como a charrua revolve o campo que deve ser semeado.
Esta calamidade, preparatória do reino de Deus sobre a terra, será também a apoteose do Messias. Começará por tempestades que perturbarão o céu completamente. O fogo dos clarões iluminará toda a terra. Mas sobre as nuvens, o Messias virá, formidável, ao som de trombetas que repercutirão, tocadas por temíveis Arcanjos.
Os mortos sairão dos túmulos e esperarão, transidos de medo, o julgamento que os disporá para a eternidade.
É o Messias revestido dos poderes de seu Pai, que procederá a este julgamento.
De um lado, os eleitos, o pequeno número daqueles que souberam ficar ilesos dos prazeres da terra, das suas preocupações; aqueles que não foram tragados ao mesmo tempo pelo desprezo de Deus e pela cupidez.
Mais além, colocados à direita de seu juiz, serão chamados a gozar de uma felicidade eterna, sem limites, em uma estadia deliciosa que foi preparada desde a origem do mundo.
Estes são os bem-aventurados, aos quais o reino do céu, o Paraíso, pertence.
À esquerda do Juiz, estarão os malditos, aqueles que não tiveram crença, que endureceram o coração, que não viveram senão egoisticamente para si mesmos e para os seus interesses.
Estes irão à Geena, ao vale horrível do Ocidente de Jerusalém, onde de altos cai uma espessa sombra, onde não germina nenhuma vegetação.
Neste lugar desolado, serão prisioneiros das chamas que não se extinguirão jamais; serão também roídos pelos vermes.
O Filho do Homem, assentado à direita de Deus, seu Pai, presidirá solenemente a esta justiça, cujos efeitos serão eternos.
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