terça-feira, 31 de agosto de 2010

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 21.2 - OS HERMETISTAS - OS ROSA CRUZES - 2ª PARTE

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS
21.2
OS HERMETISTAS – OS ROSA CRUZES
2ª PARTE

Ao se ler a Divina Comédia basta ver a descrição do Paraíso como fez Dante, para ver que ela corresponde ao simbolismo rosacruciano.
“A rosa, que foi sempre o emblema da beleza, da vida, do amor e do prazer – diz Eliphas Levi – exprimiu misticamente todos os protestos manifestados no Renascimento... Reunir a rosa à cruz, tal era o símbolo da alta iniciação.
Apesar dos livros públicos, os Rosa Cruzes não dizem o que poderiam dizer; deixam na sombra o que eles querem guardar segredo.
No “Au seuil Du Mistère”, Stanilas de Guaita reproduz e estuda o prefácio do curioso “Zanoni”, romance iniciático de autoria de Bulwer Lytton, dizendo: “Zanoni é um grande livro de revelações e arcanos. Sob um véu de ofuscante fantasia, o autor apresenta tradições secretas da Rosa Cruz e até ao longínquo depósito das fraternidades mais antigas e ocultas ainda, cuja Ordem instituída por Rosencreutz não é senão o último prolongamento.” (Au Seuil Du Mistère, 1915, pág. 179).
Bulwer Lytton diz, aliás, no prefácio, que seu livro não é uma fantasia a não ser para aqueles que são capazes de ver apenas um romance interessante: “Verdade para aqueles que sabem compreender, extravagante para qualquer outro.” Zanoni é a história de um profano, Clarêncio Glyndon, que quer tornar-se adepto e que não sabe merecer esta glória pela obediência necessária a toda iniciação.
É necessário multiplicar as experiências iniciáticas sob o passo do neófito, de tal maneira que, coloca em condições violentas, deixa subitamente aparecer sob a influência do perigo ou da tentação, estes abismos secretos da alma, que dissimulam muitas vezes sob as mais graciosas aparências. É preciso que o futuro adepto aprenda que, quando vier a ser senhor de seus desejos e de suas afeições, em vez de ser governado por eles, pode entrar novamente na vida normal; os pensamentos que a iniciação terá feito nascer nele dominarão sempre todos os outros e as mais caras preocupações.
A alegoria da montanha que conduz ao templo sustentado por sete colunas como um Tesouro inapreciável. A ascensão simboliza a necessidade para o adepto de se elevar acima da matéria, subir a escarpa áspera para deixar as profundezas terrestres e viver na luz pura do infinito. É uma montanha rodeada de animais cruéis e aves de rapina que tornam o caminho difícil e perigoso; só aqueles que trabalham por si mesmos podem encontrá-la. Nesta montanha estão ocultos grandes tesouros. E qual tesouro é maior e mais precioso do que a iniciação? O que devemos vencer são estas ambições e paixões figuradas aqui pela terrível fauna de animais cruéis e aves de rapina que rodeiam a santa montanha. Devemos ser vitoriosos diante de todas as águias e de todos os dragões das nossas paixões mortais, antes de tocarmos o ouro solar.
Os próprios primeiros sucessos que podemos alcançar não devem produzir um orgulho insólito. E todos aqueles que começam a tocar a obra iniciática são sempre tentados a acreditar-se um super homem, destacado da humanidade e superior às suas leis.
Eis aí um perigo terrível, porque a queda é mortal e, para o vaidoso que se julgue mestre, como aconteceu ao desobediente Glyndon, o encontro com o Guarda do Limiar ameaça lançá-lo no desespero, na loucura e na morte.
Só terminam a ascensão aqueles que trabalham por si mesmos. Efetivamente, coloca-se o futuro na senda, mas cada um deve fazer o seu caminho com seus riscos e perigos.
É o discípulo que tem o dever de se fazer, de se aperfeiçoar, de adquirir qualidades necessárias à sua iniciação. Estar pronto para o aparecimento do guia, do mestre interior.
É um segredo que está conhecido, e o segredo da montanha está também muito próximo da mão, mas é preciso ir à sua procura por si mesmo; é preciso compreendê-lo sem apoio.
Ireis a esta montanha por uma noite muito sombria e negra. Certamente, os segredos iniciáticos não são para aqueles que procuram brilhar, mas para aqueles que pedem à meditação, as suas luzes interiores, e elas não brilham na claridade e no tumulto da jornada. Não será nas vãs agitações do mundo que podereis tomar consciência do maravilhoso fim perseguido.
É preciso estar preparado por longas preces, mas não é útil pedir conselho a nenhum homem.
Aquele que tem a proteção divina, que tem feito por se tornar digno e que, não obstante, tem humilde e longamente pedido, que seriam os conselhos humanos?
O que é preciso é fazer-se a si mesmo, no profundo silêncio, na paz absoluta de todos os desejos e de todas as paixões. Vosso guia o conduzirá à meia noite, quando tudo estiver silencioso e sombrio; tomai coragem e dirigi-vos a Deus. É somente no absoluto recolhimento, quando todos os ruídos forem mortos em vós e em torno de vós, que ousareis tentar a divina aventura.
Segui somente o guia que se vos oferecer.
Vossa razão vos guiou até aqui, e é ela que vos mostrou a excelência desta iniciação tão desejada.
Mas, quando estiverdes na senda, um guia vos oferecerá e é ainda vossa razão, mas uma razão superior, uma intuição sublime que vos fará atingir ao cume desejado.
Ainda sentireis o coração apertado de medo. Mas, se vos puserdes de acordo com as harmonias superiores, quem poderia atentar contra a vossa serenidade?
Caminhai, pois, apesar de vossos receios, sobre a senda que sobe para o ideal enfim conquistado.
Então, vereis grandes coisas. O sopro divino, como um vento impetuoso, fará voar os rochedos em clarões. As vossas antigas concepções fremirão diante da luz ofuscante.
Serás surpreendido, mas não cedereis a esta surpresa. Não voltareis para trás. O novo dia surgirá.
Uma grande tempestade e um tremor de terra destruirão em vós e em torno de vós, tudo o que restava das vossas antigas idéias, mas o grande fogo do entusiasmo de intuição superior irá subitamente engrandecer diante de vós e encontrareis de repente o tesouro que procuráveis.
A estrela da manhã aparecerá; depois virá a aurora e possuireis este tesouro que tanto desejáveis.
Das vossas meditações profundas, como uma noite sem estrelas, surgirá esta flama que abrasa todo o horizonte, e todas as vossas cargas, passadas subitamente, parecer-vos-ão leves.
É que o tesouro está em vós; não o soubestes ver, que coisa alguma o tinha feito sentir e que, subitamente, iluminado pela claridade triunfante de uma estrela flamejante que não se levanta, a não ser na solidão, tereis encontrado em vós mesmos um reflexo do poder de Deus, um tesouro de forças e possibilidades que vos elevarão acima de vossas mais soberanas esperanças. As sucessivas iniciações nos graus da Rosa Cruz mostram tudo isso.
Que é que governa os homens? Que é que ofusca o mundo com o seu fausto, quando se sabe ser uma parcela de Deus, participando de sua glória e de seu poder?


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