sábado, 11 de abril de 2009

MAÇONARIA - ORIGENS INICIÁTICAS - 8.3 - MOISÉS - ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS

MAÇONARIA
ORIGENS INICIÁTICAS

8.3
MOISÉS
ENSINAMENTOS ESOTÉRICOS

São Paulo, judeu de nascimento e educado no conhecimento da tradição secreta pelo ilustre rabino Galaliel, afirma o que é ainda notório em nossos dias, que o mosaismo possuía um lado secreto, um esoterismo que não havia sido entregue ao mundo.
É assim que ele diz, na Segunda Epístola aos Corintios (cap. III, v. 13):
“Nós não fazemos como Moisés que colocava um véu sobre o rosto, denotando, por isso, que os filhos de Israel não podiam suportar a luz”.
E no versículo 14:
“E assim as suas inteligências ficaram materializadas e obscurecidas, porque até hoje mesmo, quando lêem o Antigo Testamento, este véu sobre o seu coração sem ser erguido”.
O que sabemos a respeito da tradição oral instituída por Moisés, resulta primeiramente do próprio Pentateuco. Diz que, por ordem do Eterno, escolheram-se setenta discípulos com os quais ele pôde estar em comunhão de idéias.
Eis aí como se exprimem os Números (cap. XI, vs. 16 e 17):
“O senhor respondeu a Moisés: Juntai-me 70 homens, Sábios de Israel, e que souberdes mais instruídos, e conduzi-os à entrada do Tabernáculo da Aliança, onde os fareis permanecer convosco”.
“Eu descerei aí para vos falar; tomarei o Espírito que está em vós e inspirar-lhe-ei”.
E mais adiante, v. 25:
“Então o Senhor, tendo descido na nuvem, e lhe falou: e, tirando do Espírito, que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles 70 anciãos; e aconteceu que, quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram, mas depois nunca mais”.
A tradição oral, confiada primeiramente aos 70 discípulos, continuou muito tempo assim, sem a intervenção de qualquer escrito. Não foi senão ulteriormente que estes ensinamentos secretos foram conhecidos em várias obras, das quais as mais importantes são o Sépher Jezirah ou o Livro da Criação e o Zohar ou Livro dos princípios.
A leitura destas obras é árdua e pesada, porque tudo é mistério, mesmo as explicações que se esforçam em elucidar esta linguagem infinitamente abstrata. Haveria, entretanto, uma chave para estes mistérios e todos os ocultistas são de acordo em dizer que havia um sentido esotérico de maior beleza e de um grande alcance filosófico. Infelizmente, o conhecimento deste sentido místico não pode ser obtido senão depois de longos trabalhos, o que não é fácil ser empreendido por toda a gente.
Um mestre do pensamento esotérico moderno, Eduardo Schuré, diz em relação ao sentido esotérico do Gênese:
“nenhuma dúvida existe, dada à educação de Moisés, que ele escreveu o Gênese em hieróglifos egípcios em três sentidos. Quando, tempo de Salomão, traduziu-se o Gênese em caracteres fenícios e quando, depois do cativeiro da Babilônia, Esdras o redigiu em caracteres aranianos caldáicos, o sacerdócio judeu não manejava as chaves senão imperfeitamente”. Quando vieram, finalmente, os tradutores gregos da Bíblia, estes não tinham senão uma fraca idéia do sentido esotérico dos textos.
“São Jerônimo, apesar de suas sérias intenções e seu grande espírito, quando fez a sua tradução latina segundo o texto hebreu, não pode penetrar até o sentido primitivo; e, tendo-o conseguido, teria de calar”.
“então, quando lemos o Gênese nas nossas traduções, não temos senão o sentido primário e inferior”.
“Apesar da boa vontade, os exegetas e até os teólogos, ortodoxos e livres-pensadores, não viam o texto hebraico senão através da Vulgata. O sentido comparativo e superlativo, que é o sentido profundo e verdadeiro, escapa-lhes”.
“Não fica menos misteriosamente oculto no texto hebreu que mergulha, por suas raízes, até a língua sagrada dos templos, refundida por Moisés, língua em que letra tinha um sentido universal, em relação ao valor acústico da letra e o brilho da alma do homem que o produz”.
“Para os intuitivos, este sentido profundo salta algumas vezes como uma centelha do texto; para os videntes, reluz na estrutura fonética das palavras adotadas ou criadas por Moisés: sílabas mágicas em que o iniciado de Osíris vazou seu pensamento, como um metal sonoro em um molde perfeito”.
“Pelo estudo deste fonetismo que leva a marca da língua sagrada dos templos antigos, pelos chefes que nos fornecem a Cabala e de que alguns vão até Moisés, enfim, pelo esoterismo comparado, é-nos permitido hoje entrever e reconstituir o Gênese verdadeiro”.
“Assim, o pensamento de Moisés sairá brilhante com o ouro da fornalha dos séculos, das escorias de uma teologia primária e das cinzas da crítica negativa”. (Os Grandes Iniciados).
Já falamos de Fabre d’Olivet. Em sua língua Hebraica Restituída, ele fornece a primeira chave do esoterismo bíblico.
Graças a ele, desenvolvendo as suas qualidades particulares, os ocultista e exegetas nos deram obras que contribuem poderosamente a esclarecer o que a tradição de Moisés tinha de obscuro para o nosso espírito. Saint-Yves d’Alveydre, na sua Missão dos Judeus, declara que a Cosmogonia de Moisés é um livro de ciência formidável e os trabalhos de exegese, mesmo oficiais, tendem a nos dar o mesmo sentimento do que nos revelam os livros do iniciador de Israel.
Todavia, porque a ciência e a força não são as únicas necessidades da humanidade, Moisés não dava ao mundo o que ele podia desejar.
O medo não é o único meio de dirigir os homens, e dia devia chegar em que um imenso desejo de bondade, fraternidade e ternura fariam encontrar novas fórmulas.
Moisés tinha sido o salvador de um povo; precisava, agora, o salvador do mundo inteiro. Precisava que o sentimento, muito tempo detido, tivesse enfim, a sua rica floração.
É o que faltava à lei de Moisés, ardente e árida como o deserto onde ela havia nascido. É neste sentido de desenvolvimento moral, de expansão deliciosa de quem tinha sido rude e terrível, que Jesus pôde dizer que não vinha destruir a lei, mas cumpri-la.
Efetivamente, que é senão uma estéril e brutal justiça aquela que não floresce em misericórdia?
Esta misericórdia, esta ternura, este perdão das ofensas, este desejo de se sacrificar pela saúde de todos, tal é a revolução do ensinamento que Jesus devia conduzir à terra. Por ele, o homem se sentia resgatado, não somente de suas faltas, mas de seus antigos e aviltantes terrores.
Veremos que Jesus não se contenta em querer Um Povo de Deus, porém deu aos homens a denominação de Filhos de Deus, que é toda a sua doutrina.
Se todos os seres são irmãos no seio eterno do mesmo Pai, não há mais nações, nem barreiras, nem forças que os separem.
Todos os homens são filhos de Deus, todos são chamados para ele e toda a doutrina d’aquele que devia morrer, perdoando tão docemente aqueles que não sabiam o que faziam, firmava-se nesta simples frase que S. João retomou: Amai-vos uns aos outros.




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